Ciclo do Prémio: Ciclo 2017-2019
Estado: Vencedor do prémio
País de origem: Emirados Árabes Unidos
Localização: Sharjah, Emirados Árabes Unidos
Cliente: Autoridade para o Ambiente e as Áreas Protegidas, Sharjah, Emirados Árabes Unidos
Arquiteto: X-Architects, Dubai, Emirados Árabes Unidos
Projeto: 2012
Tamanho: 200,000 m²
Concluído: 2015
O Centro Wasit de Zonas Húmidas faz parte de um projeto muito maior da Autoridade para o Ambiente e as Áreas Protegidas de Sharjah para a limpeza e reabilitação desta antiga rede de zonas pantanosas ao longo do Golfo Pérsico, e visa fornecer informações e educação acerca deste ambiente único e incentivar a sua preservação.
Ao desenhar o centro de visitantes, os arquitetos aproveitaram a topografia natural do local para minimizar o seu impacto visual ao fazê-lo parecer como que submerso no solo. Os visitantes descem uma rampa para chegar a uma intersecção inclinada entre dois elementos lineares do edifício: um, de lado, que inclui serviços e escritórios administrativos; o outro, em frente, uma longa galeria de observação ladeada por aviários onde os pássaros podem ser vistos no seu habitat natural. No extremo da galeria de observação, um terceiro elemento linear, perpendicular, acolhe um café e um espaço polivalente com vista para as áreas húmidas abertas.
Um telhado de treliça de aço em consola sobre a galeria de observação evita a necessidade de colunas periféricas, permitindo fachadas envidraçadas sem descontinuidades. O interior é deliberadamente minimalista por toda a parte, colocando o foco total na natureza circundante: as telas informativas são o único adorno na parede central de apoio. A vidraça da fachada é ligeiramente inclinada, para realçar os reflexos da paisagem para as aves, e minimizar os reflexos para as pessoas que olham para o exterior. Dado que o piso é mais baixo do que o solo no exterior, um parapeito contínuo em betão oferece um local para nos sentarmos e contemplarmos as aves ao seu nível. Para combater o clima muito quente do deserto, o telhado está fortemente isolado e o vidro é sombreado na sua cornija. Também existem algumas coberturas em tecido colocadas sobre os aviários. As águas pluviais recolhidas do telhado são direcionadas discretamente para áreas específicas da paisagem através de calhas cuidadosamente colocadas e que são camufladas por elementos da paisagem.
Existem seis esconderijos de aves espalhados à volta de um lago criado no meio de um terreno de 200 000 m2 que seguem uma estética uniformizada, ainda que cada um tenha sido projetado individualmente para o seu contexto e utilizado madeira e plástico reciclados na sua construção, reforçando a mensagem ecológica.
Uma área que se havia tornado um depósito de lixo viu o seu ecossistema nativo restaurado, e está a tornar-se um local popular para os visitantes apreciarem e aprenderem sobre o seu ambiente natural.