Ciclo do Prémio: Ciclo 2017-2019
Estado: Vencedor do prémio
País de origem: Senegal
Localização: Bambay, Senegal
Cliente: ACBEP, Ministério do Urbanismo & Ministério do Ensino Superior, Dakar, Senegal
Arquiteto: IDOM, Bilbao, Espanha
Projeto: 2013-2014
Tamanho: 12,000 m²
Concluído: 2017
A Universidade Alioune Diop foi fundada em 2007 no âmbito dos esforços do governo senegalês para descentralizar a oferta de ensino superior, procurando estimular os jovens a permanecer nas áreas rurais e disponibilizando programas educacionais apropriados a estes contextos. Em 2012, já estava a funcionar acima da sua capacidade, pelo que teve de ser lançado um projeto de extensão, do qual este edifício representa a parte principal.
A estrutura inclui um auditório de 500 lugares, cinco salas de aula para 50 alunos, oito salas de aula para 100 alunos, três laboratórios, dez gabinetes de professores e duas salas de reunião. Os arquitetos escolheram combinar todos estes num único edifício com uma identidade e uma presença dignas do seu estatuto de universidade - ao contrário dos pequenos blocos espalhados que existiam anteriormente no complexo. Apesar de ter apenas um piso, o seu telhado inclinado chega quase aos 10 metros no lado norte. O lado sul distingue-se por uma tela de treliça ao longo de todos os 203 metros do seu comprimento, feitos em tijolo leve fabricado no local por pedreiros locais. No extremo leste, uma ampla rampa de entrada e uma escadaria exterior fazem a ligação ao resto do complexo.
A parede de treliça - que evoca características semelhantes ainda que menores em edifícios locais - é uma das estratégias para o arrefecimento passivo num local onde a temperatura pode exceder 40 °C. Esta está separada dos alojamentos na parte de trás por um corredor largo que está organizado em cinco subunidades com escadas nos espaços entre eles. A sua construção padrão de colunas-e-vigas em betão está organizada numa grelha estrutural de 3,6 m, facilitando a pré-fabricação no local. Cada subunidade tem um telhado isolado; ao passo que o telhado externo de metal refletor de calor percorre toda a extensão do edifício e se estende para formar uma galeria gigante a norte, que leva o ar quente para cima e para longe. Esta galeria é suportada por finas colunas metálicas com uma forma variada de três ramificações, fazendo recordar as árvores solitárias cuja sombra os habitantes geralmente aproveitam para se reunir. Outras medidas ecológicas incluem uma série de tanques revestidos de pedra cheios de cascalho e vegetação, para onde são direcionadas as águas pluviais do telhado e as águas residuais filtradas.
Ao utilizar técnicas de construção conhecidas dos locais e seguindo princípios de sustentabilidade, o projeto conseguiu controlar os gastos e as exigências de manutenção ao máximo, marcando ao mesmo tempo uma forte afirmação arquitetónica.