A identificação das ruínas de um importante povoado budista do século III a VII, parcialmente escavado em Mes Aynak, representa uma das descobertas arqueológicas mais importantes na região nas últimas quatro décadas. O povoado foi inicialmente criado por budistas como uma colónia de mineração para a extração de cobre num local que hoje se acredita ser o segundo maior depósito do género no mundo. O povoado foi crescendo até abranger uma área com cerca de 45 hectares e inclui várias zonas de mineração, bairros residenciais e complexos religiosos que incluem estátuas de argila, murais de parede e estupas que remontam à Antiguidade Tardia.

Após a atribuição de uma concessão para a extração de cobre em 2007, foi lançada em 2009 uma operação de recuperação arqueológica de emergência que resultou na descoberta de mais de 3500 importantes artefactos e na identificação e relocalização de dezenas de estátuas e pinturas murais ao longo de um período de 10 anos. As obras de recuperação foram suspensas em 2019, o que resultou numa extensa deterioração e degradação das zonas arqueológicas expostas e das ruínas dos artefactos.

Em linha com o compromisso renovado das autoridades afegãs e da empresa de mineração de continuar os preparativos para as operações de mineração, a AKCSA, com o apoio da Aliança Internacional para a Proteção do Património em Áreas de Conflito (ALIPH), está a realizar uma obra de conservação de emergência para evitar perdas e danos adicionais em importantes artefactos e no património em Mes Aynak. Estas obras incluem a elaboração de um registo exaustivo de todo o local, a construção e expansão das estruturas de proteção temporárias por cima das principais áreas arqueológicas e a instalação de um sistema de drenagem, assim como a consolidação dos vestígios arqueológicos e arquitetónicos.

Este projeto irá também lançar um programa-piloto para a criação de procedimentos científicos e de uma metodologia para a recuperação e relocalização de determinados artefactos.