Identificámos a necessidade de obras urgentes de conservação e paisagismo no santuário de Abu Nasr Khwaja Parsa, do século XVI, e num complexo de estruturas históricas, localizados num parque público no centro de Balkh. O Projeto do AKTC de Conservação e Paisagismo de Khwaja Parsa, apoiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, incluiu:

• o restauro do Santuário de Khwaja Parsa e a reconstrução de uma mesquita histórica para substituir uma intervenção ilegal moderna em betão adjacente ao Santuário;


• a reabilitação do parque público de Khwaja Parsa com 3,5 hectares. Isto incluiu atividades de paisagismo e de plantação, disponibilização de serviços públicos básicos, e melhoramento dos caminhos existentes e dos muros perimetrais, de modo a permitir um acesso e utilização seguros por parte do público em geral; e,


• a consolidação de duas estruturas históricas importantes no interior do parque, incluindo o túmulo da famosa poetisa de língua dari Rabi Balkhi e os vestígios do portão da Madraça de Subhan Qoli do século XVI que foram convertidos na entrada principal do Parque.

A reabilitação do paisagismo em volta do parque e no centro de Balkh concentrou-se em proporcionar um acesso seguro e melhores serviços e instalações para o público. Foram pavimentados novos caminhos e escadarias usando alvenaria de tijolo. Sempre que apropriado, os caminhos existentes foram melhorados e preparados para serem usados por um grande número de pessoas. Os trabalhadores limparam os detritos do local e nivelaram e graduaram a terra à mão, antes de colocar12 000m² de caminhos em tijolo usando uma base de argamassa de cal e mais de 780 000 tijolos produzidos localmente.

A paisagem natural foi otimizada através da remoção de 800m³ de depósitos de sedimentos de 2 quilómetros de canais superficiais e do melhoramento do sistema existente de irrigação por gravidade que distribui a água pelas árvores, plantas e arbustos. Foram removidas mais de 700 espécies invasoras de plantas e árvores. O local foi replantado com mais de 1200 árvores e flores de espécies indígenas amplamente disponíveis nos viveiros locais, como ciprestes, plátanos e rosas. Foi criado um pequeno viveiro no local para reproduzir mais árvores no futuro.

Construída entre o início do século VIII e a primeira metade do século IX, acredita-se que a mesquita de Noh Gumbad é a mais antiga e importante construção dos primórdios da era islâmica no Afeganistão e, possivelmente, em toda a região.

As suas características originais fazem-na sobressair como um dos primeiros exemplos de um estilo inovador para as mesquitas, provavelmente influenciado pelos padrões irano-sassânidas pré-existentes. Crê-se que as raras decorações em gesso que persistem nas colunas e arcos sejam num estilo Abássida ou Samânida inicial. O edifício foi colocado numa lista provisória para a Lista de Patrimónios Mundiais da UNESCO.

Com todas as nove abóbodas colapsadas, as três colunas e os dois arcos ainda de pé constituem o núcleo arquitetónico e artístico do local. Bastante danificados pelo tempo e pelo desprezo, o risco de falha estrutural dos arcos em caso de terramoto é extremamente elevado. O AKTC trabalhou para estabilizar as colunas e arcos danificados e proteger a decoração em argamassa.

Este projeto foi implementado em conjunto com o Ministério da Informação e Cultura do Afeganistão e instituições locais da Província de Balkh, sendo coordenado em conjunto com parceiros internacionais, incluindo a Delegação Arqueológica Francesa do Afeganistão (DAFA), a Associação Giovanni Secco Suardo / Fundo Mundial de Monumentos, o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), a UNESCO e outros parceiros técnicos.