Para estimular o crescimento económico de longo prazo no país, a AKDN trabalha em todo o espectro económico. Trabalhamos com mulheres e jovens em comunidades rurais isoladas para apoiá-los a criar os seus negócios, construir microcentrais hidroelétricas que ajudam a iluminar habitações, escolas e unidades de saúde nestas aldeias remotas, e investir em serviços de telecomunicações móveis em larga escala que ofereçam cobertura de rede a mais de 6,5 milhões de afegãos nas 34 províncias do país.
Em casos como este, devido ao contexto institucional e ao modelo ético da AKDN, os nossos critérios ao nível dos investimentos comerciais não são os de um investidor típico. As decisões de investimento baseiam-se em perceber se um determinado investimento irá melhorará a qualidade de vida das pessoas por ele afetadas, e não simplesmente nos lucros finais. Os lucros gerados são posteriormente reinvestidos em iniciativas de desenvolvimento.
35 000
35 000 pessoas tiveram acesso a eletricidade pela primeira vez
A Roshan, uma empresa de projeto do Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED) e principal prestadora de serviços de comunicações do Afeganistão, tem quase seis milhões de assinantes ativos e uma rede que cobre mais de 240 cidades e aldeias em todas as 34 províncias do país.
AKDN / Roshan
Estes projetos incluem:
Hoje em dia, estes são geralmente componentes fundamentais para a qualidade de vida geral.
Roshan, uma Empresa de Projeto do Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED)
Em 2003, a AKDN e os nossos parceiros lançaram a Roshan (Empresa de Desenvolvimento de Telecomunicações do Afeganistão Ltd.). Hoje, a Roshan é um verdadeiro motor da reconstrução e do desenvolvimento socioeconómico no Afeganistão. Já investiu mais de 600 milhões de dólares no país desde 2003, transformando uma incapacidade de progredir num farol de esperança. Não por acaso, Roshan significa “luz” ou “esperança” nas duas línguas nacionais do Afeganistão.
Possui uma rede que abrange mais de 287 distritos e cidades nas 34 províncias do país. Em 2021 contava com 6,5 milhões de assinantes. É também o maior investidor privado e contribuinte fiscal do Afeganistão, contribuindo com aproximadamente cinco por cento da receita total do país. A Roshan emprega diretamente cerca de 650 pessoas e fornece emprego indireto a mais de 30 000 pessoas, o que a torna um dos maiores empregadores privados do país. A Harvard Business School publicou um estudo de caso sobre a Roshan e a revista Fortune adicionou-a, em 2015, à sua lista de empresas que estavam “a mudar o mundo”.
Entre Maio de 2017 e Abril de 2020, a Fundação Aga Khan e os seus parceiros levaram a cabo o programa Melhorar a Vida dos Adolescentes no Afeganistão para trabalhar com mais de 176 720 adolescentes e jovens adultos nas montanhas centrais do Afeganistão, ajudando-os a ganhar a confiança, as competências e as oportunidades necessárias para funcionarem como efetivos agentes de mudança nas suas comunidades.
AKF Afghanistan / David Marshall Fox
Em parceria com a Universidade de Badakhshan, a UCA oferece formação em inglês, TI, contabilidade, formação de professores e outros cursos de pós-graduação. Até ao momento, a UCA já integrou cerca de 3500 jovens e adultos afegãos em cursos de desenvolvimento vocacional e profissional.
O Programa de Desenvolvimento de Competências visa proporcionar uma formação prática e relevante para a indústria aos jovens desempregados e em situação de subemprego. O programa apoia os jovens nas comunidades locais a melhorarem os seus conhecimentos e competências, aumentando a sua empregabilidade e preparando-os para o competitivo mercado de trabalho.
O programa oferece noções básicas e avançadas de gestão e formação em competências sociais, além de formação específica para cada contexto local. O programa também oferece cursos credenciados direcionados para as exigências do mercado de trabalho local nas áreas das tecnologias de informação, formação profissional e desenvolvimento de recursos humanos.
A AKF oferece formação de competências a jovens de ambos os sexos para reforçar as suas perspetivas de emprego. Isto inclui apoiar mulheres com formação superior a desbloquearem o acesso a oportunidades de emprego e de trabalho por conta própria.
O Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED) começou a exportar a energia hidroelétrica gerada pela central Pamir 1 no Tajiquistão para dezenas de milhares de famílias no norte do Afeganistão.
AKDN / Christopher Wilton-Steer
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU, 789 milhões de pessoas, a maioria das quais vive na África subsaariana, não têm acesso a eletricidade. Espera-se que a procura total de energia a nível global duplique entre 2018 e 2050. À medida que aumenta a pressão para reduzir as emissões nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, o acesso a energia limpa e fiável irá tornar-se não apenas um problema tecnológico, mas também de igualdade e justiça.
Na procura por fontes de energia sustentáveis, as comunidades remotas nos países em desenvolvimento representam um desafio particular. Nas regiões montanhosas da Ásia Central e do norte do Paquistão, as aldeias estão frequentemente isoladas e distantes de qualquer rede elétrica em funcionamento.
O AKFED começou a exportar a energia hidroelétrica gerada pela central Pamir 1 no Tajiquistão para dezenas de milhares de famílias no norte do Afeganistão. Através de oito projetos energéticos transfronteiriços, quatro por cento da província de Badakhshan no Afeganistão (cerca de 35 000 pessoas e mais de 200 entidades governamentais e comerciais) recebeu eletricidade pela primeira vez. Saber mais
O trabalho da AKDN no sentido de criar empresas viáveis em pequenas aldeias e grandes cidades no Afeganistão inclui a formação em construção, serviços, apicultura, artesanato e agricultura. Cerca de 75% dos formandos encontraram emprego ou abriram os seus próprios negócios.
AKDN / Farzana Wahidy
Procuramos criar empresas economicamente sólidas e viáveis, tanto em aldeias pequenas ou remotas como em grandes cidades. Os nossos programas têm trabalhado em todas as áreas, seja através do apoio a avicultores no Afeganistão ou da criação de centrais hidroelétricas de grande escala no Uganda que fornecem metade da eletricidade do país.
Guiamo-nos pela nossa experiência na criação de empresas e instituições que cresceram para se tornarem grandes instituições, estando hoje listadas nas bolsas de valores de países em desenvolvimento. Muitas destas grandes instituições começaram por ser entidades geridas por poucas pessoas. Também trabalhamos para construir muitas das características das economias saudáveis e robustas, incluindo competências para a empregabilidade, apoio a pequenas e médias empresas e programas de poupança e crédito que aumentem a inclusão financeira.
A AKF, por exemplo, trabalha não só para trazer prosperidade a uma região, mas também põe em prática os meios para concretizá-la, construindo estradas, pontes e mercados. O seu programa "Acelerar a Prosperidade" promove o empreendedorismo, com ênfase no empreendedorismo feminino e jovem, e o crescimento de start-ups e empresas numa fase inicial. Foca-se também no desenvolvimento de competências em carreiras profissionais e técnicas.
A AKAM apoia estes esforços, fornecendo financiamento, entre outros, a empresários e pequenas e médias empresas. O seu objetivo final passa obviamente por apoiar os empreendedores a criar condições para expandirem os seus negócios e tornarem-se parte da infraestrutura produtiva da nação.
O AKFED, que trabalha com outras agências da AKDN e colabora frequentemente com parceiros de desenvolvimento locais e internacionais, cria e gere empresas que fornecem bens e serviços essenciais ao desenvolvimento económico. Estes abrangem os sectores da banca, energia elétrica, processamento agrícola, hotéis, companhias aéreas e telecomunicações. O AKFED tem uma visão de longo prazo para a construção de empresas viáveis, autossustentáveis e rentáveis.
O Hotel Serena Cabul, outro investimento significativo, foi inaugurado em 2005 e é o primeiro hotel de cinco estrelas a abrir no Afeganistão em mais de 35 anos. O hotel, que representou um investimento de 39 milhões de dólares, foi construído a pedido do governo afegão à época para oferecer uma unidade hoteleira de padrão internacional para diplomatas, investidores e outros viajantes que visitassem o país. O hotel tem como objetivo apoiar a revitalizar e desenvolver o centro de Cabul e ajudar a revitalizar as importantes indústrias da hotelaria e turismo no Afeganistão. Emprega diretamente cerca de 400 pessoas, fortalecendo a economia através da aquisição de materiais de produtores, artesãos e artistas locais.
Em todas estas abordagens, é dado destaque ao desenvolvimento de recursos humanos locais ao longo do tempo, seja em aldeias remotas e carenciadas ou nas principais cidades do mundo em desenvolvimento.
"Agora os nossos papéis mudaram e estão mais equiparados aos dos homens. Agora sentimo-nos parte do agregado familiar", diz Benazir (na frente ao centro), a contabilista do grupo de poupança comunitária de Hamisha Bahar.
AKDN / Conrad Koczorowski
A AKF já apoiou mais de 4000 grupos de poupança comunitária (CBSG) com vista a promover o acesso a serviços financeiros junto das comunidades remotas e marginalizadas no Afeganistão. Os CBSG providenciam um lugar seguro e conveniente para guardar as poupanças e contrair pequenos empréstimos em condições flexíveis, ajudando as famílias carenciadas de zonas rurais a amenizar os seus rendimentos irregulares e a lidar com emergências.
Cerca de 40% destes grupos emanciparam-se e já não precisam de receber apoio. As mulheres constituem mais de 70% do total de membros (56 430 membros). As poupanças acumuladas de todos os grupos até ao momento ascendem a 2,8 milhões de dólares. Com base neste sucesso, desde 2016 que temos vindo a federar estes grupos em conglomerados de CBSG no sentido de concretizar projetos de desenvolvimento comunitário de maior escala.