Tendo em conta as condições atuais na Síria, os esforços da AKDN estão concentrados na resposta à crise humanitária, incluindo cuidados de saúde de emergência e ajuda alimentar. No âmbito destas atividades de ajuda humanitária, o Fundo Aga Khan para a Cultura (AKTC) está a restaurar o património cultural. Como em todos os países em que trabalhamos, nós assumimos uma visão de longo prazo e continuamos comprometidos em ajudar o povo da Síria a melhorar a sua qualidade de vida.
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No Souq al Saghir, em Masyaf, foram reconstruídas as fachadas de 76 lojas tradicionais
O governo contactou o AKTC para providenciar assistência no restauro das cidadelas de Saladino, Masyaf e Alepo. Foi assinado um acordo de parceria com a Direção-Geral de Antiguidades e Museus da Síria em 1999.
Tal como aconteceu com a Cidade Histórica do Cairo, o AKTC também trabalhou para melhorar a área em redor da cidadela de Alepo. Contemporaneamente, a Agência Aga Khan para o Microfinanciamento (AKAM) geriu a concessão de empréstimos em várias áreas do programa.
Crê-se frequentemente que a reconstrução criativa das partes em falta aumenta o apelo dos edifícios junto dos visitantes. Isto, no entanto, ameaça a autenticidade dos locais históricos.
Nos projetos do Fundo, a reconstrução dos elementos em falta foi substituída pela documentação, consolidação e conservação adequada dos recursos existentes. Houve algumas exceções em casos em que existiam provas claras, em que existiam materiais e técnicas correspondentes disponíveis, e em que se podiam obter benefícios estruturais com a reconstrução. Em alternativa, é oferecida aos visitantes uma reconstrução virtual a partir de modelos tridimensionais ou simulações por computador. Um dos objetivos centrais é criar um exemplo de obra de conservação realizado segundo os padrões internacionais modernos que possa ser usado como referência para futuras obras da Direção-Geral de Antiguidades e de outras agências.
A participação da comunidade, a formação de profissionais locais e a criação de instituições locais são componentes essenciais das atividades do AKTC. Os membros da Direção-Geral de Antiguidades, os artesãos e os profissionais da construção locais receberam formação em práticas modernas de conservação durante as obras de conservação, de modo a que os altos padrões pudessem ser reproduzidos noutros locais.
A construção de um futuro sustentável para os locais de património cultural nos quais o AKTC tem investido é um aspeto importante de qualquer projeto. Na Síria, o AKTC trabalhou em estreita colaboração com a Direcção-Geral de Antiguidades para desenvolver planos de gestão e autossustentabilidade financeira para a área da Cidadela.
Torre da ponte e ponte Aiúbida, Cidadela de Alepo, Síria.
AKDN / Christian Richters
Alepo é uma das cidades mais antigas do Médio Oriente. Desenvolveu-se como um cruzamento entre o Oriente e o Ocidente, integrando importantes rotas comerciais que ligavam o deserto ao mar. Até 1930, a cidade permaneceu mais ou menos confinada às suas fronteiras medievais, limitada pelas suas muralhas e subúrbios antigos, os quais eram cercados por terrenos com pistácias, figueiras e oliveiras.
Antes da situação atual, viviam aproximadamente 100 000 pessoas na histórica Cidade Velha, ou cinco por cento da população de Alepo. Foi reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade em 1986.
A Cidadela de Alepo, que se eleva acima da antiga cidade de Alepo, é um dos principais monumentos do mundo islâmico. Dentro das muralhas, uma longa história de bombardeamentos, pilhagens e terramotos deixou a sua marca. As obras de conservação concentraram-se numa série de áreas-chave que possuíam uma coerência espacial ou histórica: o complexo do Palácio Aiúbida, a secção ocidental da coroa da Cidadela e as principais muralhas circundantes.
O projeto incluiu investimentos significativos no paisagismo em redor da Cidadela, na criação de uma zona pedonal na sua entrada, no planeamento do tráfego e na conservação de edifícios importantes. O objetivo era melhorar o papel da Cidadela na cidade e cumprir o seu potencial enquanto importante participante no desenvolvimento económico da Cidade Velha.
A sustentabilidade é um aspeto fundamental dos projetos do Programa Aga Khan para as Cidades Históricas. O programa das Cidadelas incluiu investimento em instalações como centros de visitas, caminhos e guias em papel, e o desenvolvimento de procedimentos de gestão do local.
Os trabalhos de restauro no interior da Cidadela de Alepo ficaram concluídos em 2006.
Alepo é uma das cidades mais antigas do Médio Oriente. Desenvolveu-se como um cruzamento entre o Oriente e o Ocidente, integrando importantes rotas comerciais que ligavam o deserto ao mar. Até 1930, a cidade permaneceu mais ou menos confinada às suas fronteiras medievais, limitada pelas suas muralhas e subúrbios antigos, os quais eram cercados por terrenos com pistácias, figueiras e oliveiras.
Antes da situação atual, viviam aproximadamente 100 000 pessoas na histórica Cidade Velha, ou cinco por cento da população de Alepo. Foi reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade em 1986.
A Cidadela de Alepo, que se eleva acima da antiga cidade de Alepo, é um dos principais monumentos do mundo islâmico. Dentro das muralhas, uma longa história de bombardeamentos, pilhagens e terramotos deixou a sua marca. As obras de conservação concentraram-se numa série de áreas-chave que possuíam uma coerência espacial ou histórica: o complexo do Palácio Aiúbida, a secção ocidental da coroa da Cidadela e as principais muralhas circundantes.
O projeto incluiu investimentos significativos no paisagismo em redor da Cidadela, na criação de uma zona pedonal na sua entrada, no planeamento do tráfego e na conservação de edifícios importantes. O objetivo era melhorar o papel da Cidadela na cidade e cumprir o seu potencial enquanto importante participante no desenvolvimento económico da Cidade Velha.
A sustentabilidade é um aspeto fundamental dos projetos do Programa Aga Khan para as Cidades Históricas. O programa das Cidadelas incluiu investimento em instalações como centros de visitas, caminhos e guias em papel, e o desenvolvimento de procedimentos de gestão do local.
Os trabalhos de restauro no interior da Cidadela de Alepo ficaram concluídos em 2006.
A Cidadela de Saladino está localizada na cordilheira litoral, perto da cidade costeira de Lattakia. Encontra-se no alto de um cume entre duas ravinas profundas, cercada por florestas.
Muito do que permanece hoje visível é do tempo dos Francos, que ocuparam o local por volta de 1100. As muralhas dos Cruzados foram derrubadas pelos exércitos de Saladino em Julho de 1188, e é essa vitória que dá o nome atual ao castelo. No século seguinte, os novos governantes muçulmanos construíram uma mesquita e um belo palácio, e banhos no centro do complexo do castelo. Mais tarde, foi construída uma madraça. Foram estas secções Aiúbidas e Mamelucas da Cidadela que o AKTC escolheu para as obras de conservação. O trabalho de conservação começou no ano 2000 com o restauro da mesquita e do minarete e madraça adjacentes.
O minarete apresentava problemas particulares: o topo do minarete havia sido derrubado por um terramoto, levando-o a colapsar parcialmente. As obras no Palácio Aiúbida foram precedidas de uma investigação arqueológica detalhada das ruínas levada a cabo por uma equipa da Universidade Sorbonne em Paris. As obras de conservação ficaram concluídas no final de 2003.
A Cidadela de Masyaf é menor que a de Alepo ou de Saladino e está situada no extremo de uma vila provinciana. Sendo mais um castelo de combate do que uma sede real e com um caráter mais robusto, a Cidadela era uma das mais completas fortalezas medievais que ainda existiam na Síria. A maior parte do que permanece de pé remonta ao período da ocupação ismaili nos séculos XII e XIII.
O projeto incluiu a conservação de toda a estrutura. Assim como em outros locais da cidadela, a obra de conservação física conservou o caráter de ruína do monumento, mas acrescentando sustentação e resistência nos locais mais frágeis. A obra de conservação na Cidadela começou no ano 2000 numa secção da muralha externa, que havia colapsado parcialmente. Em 2004, ficou concluído um abrangente projeto de conservação que englobou todo o local.
Um pequeno projeto de melhoramento da paisagem urbana, em Masyaf, concentrou-se na modernização do complexo do mercado central, o Souk al Saghir. Teve com intuito utilizar o património construído como um catalisador do desenvolvimento económico e social, reforçando a função comercial do mercado sem comprometer o seu tecido histórico.
O projeto procurou melhorar a aparência física do mercado histórico e incentivar os visitantes e cidadãos da cidade a entrar no Souq e apoiar as empresas locais. O restauro do Souq al Saghir, ou Souq Pequeno, em Masyaf, contou com a reabilitação das fachadas de 76 lojas tradicionais e a substituição do telhado que cobre o Souq. O projeto incluiu medidas de engenharia de tráfego, repavimentação e iluminação das ruas e a reabilitação do Masjid al Noori e do mausoléu de Norrudin Ahmed.
O restauro fez parte de um plano de revitalização da área que inclui o restauro da Cidadela de Masyaf, a criação de uma rua pedonal entre a Cidadela e o Souq e a implantação de instalações turísticas, incluindo estacionamento para automóveis e autocarros.
O trabalho de restauro em Masyaf ficou concluído em 2006.
Com uma gestão adequada, o investimento em monumentos históricos e nos seus contextos pode contribuir para a preservação do património cultural e estimular o desenvolvimento económico. Durante a fase inicial dos projetos de restauro da cidadela, o AKTC expandiu o âmbito inicial da obra de conservação para incluir as dimensões contextuais de três locais. Foram planeados vários projetos de desenvolvimento da área, em colaboração com outras agências da AKDN que atuam nos sectores do microfinanciamento e do turismo.
A Cidadela de Alepo está localizada no coração da Cidade Velha. A Cidadela era uma espécie de grande rotunda, com um fluxo constante de veículos que perturbava as entradas e saídas da cidade histórica. Em 2004, o AKTC iniciou um projeto de planeamento no perímetro da cidadela, em estreita colaboração com a Direção-Geral para a Cidade Velha e a Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ). Este projeto incluiu melhoramentos consideráveis nas infraestruturas, planos de gestão de tráfego, design paisagístico, estímulos à reabilitação de habitações e propostas para a reutilização das principais estruturas históricas.
O Projeto do Perímetro de Alepo ficou concluído em 2010.
Em 2008, o AKTC começou a trabalhar num projeto de referência para a utilização adaptativa de edifícios emblemáticos da cidade histórica de Damasco.
Em colaboração com o Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico, o AKTC iniciou o restauro e desenvolvimento de três palácios históricos, Beits Sibaie, Nizam e Quwatli, transformando-os em hotéis. Cada local foi cuidadosamente documentado, utilizando métodos técnicos e de engenharia de última geração para fazer uma avaliação das paredes, tectos e pisos. Após a conclusão das fases de documentação e planeamento, uma equipa de especialistas iniciou o processo de restauro das partes mais danificadas dos edifícios, começando pelas áreas que estavam em perigo de colapsar.
O trabalho de restauro foi interrompido em 2010.