Grande Mesquita de Djenne, fachada sudeste após a restauração, Djenne, Mali.

AKDN / Christian Richters

Pequeno minarete no mihrab - Restauração da Mesquita de Djingareyber em Timbuktu, Mali.

AKDN / Christian Richters

Após terminar a restauração da Grande Mesquita de Mopti, no Mali, o Fundo Aga Khan para a Cultura (AKTC) …

AKDN / Lucas Cuervo Moura

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Restauração da Mesquita de Mopti, no Mali.

AKDN / Christian Richters

Mopti


A Mesquita, que foi oficialmente listada como parte do património cultural do país em 2005, é uma imponente estrutura de terra construída no estilo tradicional sudanês entre 1936 e 1943 no local de uma antiga mesquita que datava de 1908.


O trabalho de restauro teve várias fases diferentes:



  • a reconstrução completa do telhado;

  • estabilização da parte superior do edifício, que havia ficado danificada devido ao uso inadequado de cimento numa anterior obra de restauro em 1978;

  • reparação da alvenaria em terra, removendo secções danificadas e reconstruindo-as com tijolos de barro tradicionais;

  • aplicação de um revestimento tradicional feito da mistura de terra com cascas de arroz - chamado banco pourri - nas paredes exteriores;

  • substituição dos tijolos de terra ao longo das fachadas do edifício;

  • reconstrução do parapeito e dos pináculos do terraço;

  • remoção e renovação parcial dos revestimentos externos de terra, que estavam em péssimo estado; e

  • renovação do pátio exterior.


Foi instalada canalização no pátio em conjunto com uma fonte para uso dos fiéis.


O interior da mesquita também foi substancialmente melhorado: o piso foi completamente reabilitado; o trabalho de renovação da escadaria facilitou o acesso ao terraço; foram instalados novos sistemas de som, iluminação, ventilação e eletricidade. Foram também colocadas na Mesquita novas portas de madeira de alta qualidade.


Este trabalho de restauro foi realizado em conjunto com o Departamento Nacional do Património Cultural do Ministério da Cultura do Mali, autoridades regionais, o município de Mopti e o comité da Mesquita. As autoridades locais também ajudaram na seleção de pedreiros experientes, assim como de jovens aprendizes que foram formados em técnicas de construção e restauro durante o projeto. Este trabalho de restauro fez parte, entre outros projetos, de um Memorando de Cooperação assinado com o Ministério da Cultura do Mali, relativo à conservação da arquitetura em terra do Mali.


Ao mesmo tempo, a assinatura de um Acordo de Cooperação ampliou o âmbito da obra para incluir as áreas da saúde, educação, desenvolvimento rural, económico e da sociedade civil. Estes programas incluem o melhoramento da saúde ambiental através da água e do saneamento, e outras medidas para reduzir a incidência de doenças transmitidas pela água (ver Desenvolvimento Social para mais pormenores).


Está também a ser construído um centro de visitantes projetado para fazer parte da infraestrutura turística.



Restauração da Mesquita de Djingareyber, Timbuktu, Mali.

AKDN / Christophe Bouleau

Timbuktu


Após as obras em Mopti, o AKTC iniciou trabalhos de conservação abrangentes na Mesquita de Djingereyber, em Timbuktu, no final de 2006. A mesquita, construída no século XIV, é o mais antigo edifício de construção em terra na África subsariana. Oficialmente listada como parte do património cultural do Mali, foi designada Património Mundial pela UNESCO em 1988.


Uma vez que a mesquita está constantemente a ser assolada por um clima árido e hostil, trabalhámos com o objetivo de reverter a deterioração deste importante monumento e desenvolver as capacidades técnicas existentes através da formação.


O projeto incluiu:



  • a conservação do telhado, minarete e fachadas exteriores do edifício;

  • a conservação do espaço de oração no interior, com a melhoria dos sistemas existentes de eletricidade, ventilação e som;

  • formação prática de artesãos e aprendizes locais em técnicas tradicionais de construção com terra e em novos métodos de restauro; e

  • e assistência técnica às autoridades locais para a fase de pós-construção.



    Grande Mesquita de Djenne, no Mali.

    AKDN / Christian Richters

    Djenné


    Djenné, fundada por comerciantes no século IX (perto do local de uma cidade mais antiga, datada de 250 a.C.) é a mais antiga cidade conhecida na África subsaariana. O seu centro histórico, onde sobreviveram mais de 2000 casas tradicionais, foi também declarado Património da Humanidade pela UNESCO.


    O trabalho do AKTC em Djenné começou em 2006, quando um estudo preliminar da Grande Mesquita revelou que, apesar do seu conhecido processo de manutenção anual, estava em risco de colapsar. Numa tentativa de tornar a estrutura da mesquita à prova de água, a cada ano era colocado mais "banco" - uma mistura de lama e palha de arroz - nas paredes e no telhado. Mais de 500 toneladas de banco estavam a criar pressão no telhado e nas paredes.


    A conservação da Mesquita por parte do AKTC, que começou no final de 2008, englobou a reabilitação completa do telhado, o restauro da estrutura de suporte das paredes de tijolos de barro e a substituição integral dos sistemas interiores de iluminação, ventilação e som.


    Ao inverter a deterioração deste importante monumento, o AKTC tem vindo a trabalhar com a corporação local de pedreiros, a “barey-ton”, para recuperar técnicas tradicionais de construção e desenvolver as capacidades técnicas através da formação.


    Tal como em Mopti, a Fase 2 abrangeu a melhoria dos espaços públicos, a instalação de água e saneamento e outras medidas destinadas a melhorar a qualidade de vida na área. A partir de 2017, o trabalho visou todo o espectro da gestão de resíduos sólidos, desde pontos de depósito na comunidade a veículos de transporte e à construção de uma ponte pedestre que atravessa uma área inundada durante as monções e de um depósito final para resíduos. A gestão da água da chuva e o saneamento foram melhorados no distrito de Djoboro e foi introduzida uma nova pavimentação na zona do mercado, adjacente à Grande Mesquita.