United States of America · 10 fevereiro 2019 · 4 Min
Alisha Sonawalla
Alisha Sonawalla fez parte da primeira turma licenciada da AKA em Hyderabad em 2014. Desde então, acumulou um conjunto de experiências extraordinárias durante um ano sabático e, posteriormente, na universidade da Cidade de Nova Iorque. Estas experiências incluem o desenvolvimento de projetos de ensino de codificação e tecnologias da Internet a raparigas nas regiões rurais da Índia, à criação de programas de desenvolvimento de inglês no Tajiquistão e, mais recentemente, passar verões em Silicon Valley no desenvolvimento de automóveis automáticos.
Atualmente, Alisha está a tirar duas licenciaturas: um Bacharelato Científico em Ciências Informáticas (na NYU Courant) e um Bacharelato Científico em Ciências Empresariais, com especialização em Ciência dos Dados (na NYU Stern School of Business). Ela entrou no Dean’s Honour Roll por ter obtido uma média de notas que lhe permitiu entrar nos 10 % melhores alunos da turma. Fora das salas de aulas, participou em vários projetos, incluindo a criação de um leitor de notícias robotizado e tentou desenvolver um serviço de partilha na nuvem protegido.
“A Academia ajudou-me a correr riscos e encorajou-me a concentrar na identificação de soluções”, explica Alisha. “Isso, e a minha experiência de ano sabático, despertou em mim uma paixão pela tecnologia e por um espírito empresarial. Desde então, tenho estado empenhada no desenvolvimento de produtos que alargar as fronteiras da tecnologia”.
Os estágios de Alisha na universidade proporcionaram-lhe oportunidades únicas para aprofundar o seu conhecimento técnico. Em 2017, fez um estágio na IBM, onde trabalhou com algoritmos de aprendizagem automática para desenvolver um modelo preditivo que ajudasse a IBM a utilizar dados não estruturados para previsão de receitas em trimestres subsequentes. No Verão passado, trabalhou com tecnologias de ponta como engenheira de software na Cruise Automation, um co empreendimento na área de automóveis autónomos entre a General Motors e a Honda. “Foi uma época emocionante para estar no epicentro da tecnologia”, recorda. “Fui responsável pelo desenvolvimento de um serviço de mapeamento de grande escala que fornecia atualizações preventivas em tempo real ao veículo, o que lhes permitia tomar decisões de trajetória mais eficientes e maior segurança rodoviária. Como uma das primeiras engenheiras dos automóveis automáticos, foi fantástico ter a oportunidade de contribuir para o futuro da tecnologia”.
Os feitos tecnológicos de Alisha do passado e os planos para o futuro são assinalados por uma dimensão social. O trabalho que elaborou na Agastya International Foundation, o maior programa científico interativo a nível mundial, levou-a para uma pequena aldeia rural no Sul da Índia, que incluía a conceção de um programa baseado nos dispositivos Google Bus e Raspberry Pi. O programa encorajou 900 alunos a combinar conceitos científicos com tecnologia para encontrar uma solução para problemas locais, como a contaminação do solo ou a infestação de colheitas. “A nova confiança das raparigas tornou-se a minha motivação quando viajei pela Índia e pelo Tajiquistão ao realizar sessões para mulheres sobre oportunidades de STEM”, afirma Alisha. Foi também uma das 25 engenheiras a receber a Goldman Sachs Grace Hopper Conference Scholarship para frequentar a Grace Hopper Conference, a maior conferência para mulheres na área da tecnologia.
Em 2013, enquanto estudava na Academia em Hyderabad, Alisha viajou para quatro aldeias remotas em Gujarat para registar as estratégias de vida e sobrevivência de uma comunidade perdida, os devipujaks. As suas entrevistas e investigação de campo foram compiladas num dos únicos estudos etnográficos elaborados sobre este grupo marginalizado. Ela apresentou as conclusões na Conferência Nacional de Direitos Humanos organizada pela Universidade Central de Gujarat pelo Governo da Índia.
“Eu considero a hipótese de regressar à Índia”, afirma Alisha. “Considero que há um grande potencial em termos de inovação no acesso de biliões de utilizadores online e gostaria de fazer parte desta revolução tecnológica. Com uma população cada vez maior, a escassez de mão-de-obra qualificada pode estagnar a prosperidade económica e, por conseguinte, é essencial concentrar os recursos na educação. Depois da mão-de-obra receber educação, vai ser importante criar condições de emprego. Apesar dos smartphones e do acesso barato à Internet serem comuns na Índia, uma grande parte da população pode beneficiar de acesso a uma melhor infraestrutura tecnológica. Isto permitiria a criação de um maior número de empresas nacionais e abriria o mercado à realização de negócios na Índia por parte de empresas estrangeiras, para as quais uma base de consumidores de 1,3 mil milhões seria extremamente atraente". Entretanto, Alisha vai trabalhar na Microsoft como engenheira de software na equipa de Inteligência Artificial e Realidade Mista.