Nova Iorque, EUA, 2 de Agosto de 2023 - A segunda temporada da série documental Vozes do Tecto do Mundo (VTM) venceu o prestigiado Prémio John B. Oakes para o Jornalismo Ambiental de Excelência da Escola de Jornalismo de Columbia. A série é patrocinada pela Universidade Aga Khan (AKU) e pela Agência Aga Khan para o Habitat (AKAH) e explora a crise climática nas regiões montanhosas da Ásia e os milhares de milhões de pessoas que dependem dos rios que descem destas montanhas.
O júri do Prémio Oakes referiu que a série documental internacional "oferece uma visão excecionalmente nítida e íntima do impacto das alterações climáticas nas pessoas e nos animais que vivem nos Himalaias, entre as montanhas mais altas do mundo".
Estas montanhas são o lar de 240 milhões de pessoas e inúmeras espécies raras e em perigo de extinção, e são também o maior depósito de gelo fora das calotas polares, fornecendo água a cerca de um quarto da população mundial. “As populações das montanhas dos Himalaias, Hindu Kush, Caracórum e Pamir já estão a viver uma emergência climática. Através da VTM queremos dar voz a estas comunidades vulneráveis para que todos possamos compreender melhor os perigos das alterações climáticas e tomar medidas para ajudar as pessoas mais afetadas a enfrentarem esta crise global”, disse Onno Rühl, Diretor-Geral da AKAH.
A série capta o espírito e a resiliência das populações que chamam casa a esta região, partilhando o seu quotidiano, tradições e dificuldades. A série documental tem obtido um reconhecimento generalizado pela sua narrativa cativante, pelas imagens de tirar o fôlego e pela capacidade de promover a compreensão intercultural.
O Presidente da AKU, Dr. Sulaiman Shahabuddin, disse: “Estes prémios comprovam a necessidade de contar histórias que tenham impacto ao nível da sustentabilidade ambiental e das alterações climáticas. A gestão ambiental é uma prioridade para a AKDN e para a AKU, sendo que uma parte fundamental desse esforço passa por aumentar a compreensão do terrível impacto das alterações climáticas, especialmente nas comunidades vulneráveis, e da responsabilidade que todos temos de alguma forma, pequena ou grande, de proteger o nosso ambiente.”
Com mais de três décadas de experiência na criação de documentários e reportagens premiados com prémios Emmy e Dupont, o produtor executivo Andrew Tkach quis ajudar as vozes locais a chegarem ao público global. “É maravilhoso ver cineastas da Ásia Central e Meridional a fazerem filmes sobre as alterações climáticas no seu próprio território e a serem reconhecidos por uma das escolas de jornalismo mais importantes do mundo. Para mim, tem sido um percurso gratificante ao longo da vida que também teve início em Columbia. Fico feliz por partilhar o que aprendi de lá para cá com os nossos cineastas, mas fico triste por testemunhar a catástrofe climática que eles têm vindo a documentar", disse Tkach.
A série de 10 episódios foi produzida por cineastas do Paquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Nepal: Andrew Tkach, Abdullah Khan, Tolik Godomamadov, Janyl Jusupjan, Asmita Shrish, Shanta Nepali, Aibek Balymbetov, Iskender Aliev, Karim Shallwanee e Tazeen Bari. Os 10 episódios foram transmitidos na Express TV no Paquistão e estão disponíveis no YouTube.
O Prémio John B. Oakes para o Jornalismo Ambiental de Excelência da Escola de Jornalismo de Columbia é concedido anualmente a reportagens que tenham uma contribuição de excelência para a compreensão por parte do público de questões relacionadas com o ambiente. Distingue jornalistas cujo trabalho cumpra com os mais altos padrões de excelência jornalística. A escolha da Vozes do Tecto do Mundo reafirma o compromisso contínuo da série em oferecer narrativas envolventes e dar destaque a comunidades negligenciadas.
A Vozes do Tecto do Mundo é uma iniciativa conjunta da AKU, AKAH, Fundação Aga Khan e Universidade da Ásia Central, com o apoio de Ross Beaty, da Fundação Sitka e da Família Jenabai Hussainali Shariff. A VTM forma, orienta e apoia jovens cineastas asiáticos a produzirem filmes ambientais inovadores acerca das consequências das alterações climáticas para as populações e para a vida selvagem que são os menos responsáveis pelo aquecimento global, mas que já estão a sofrer com os seus impactos catastróficos. Os filmes também mostram como, ao combinar o conhecimento local e a inovação, estas comunidades estão a encontrar formas de se adaptarem e de lutarem para salvar ecossistemas diversos e fontes de água preciosas.