Mozambique · 7 dezembro 2021 · 2 Min
Apesar do rápido crescimento económico dos últimos anos, a província de Cabo Delgado tem ficado aquém do resto de Moçambique e continua a ser a província mais carenciada do país. As comunidades estão muito dependentes da agricultura e extremamente vulneráveis aos choques climáticos e às flutuações no preço dos alimentos. Mais de metade de todas as crianças com menos de cinco anos sofre de atraso no crescimento devido à subnutrição. Ataques extremistas causaram imenso sofrimento às populações civis e calcula-se que existam 663 000 deslocados internos.
A Fundação Aga Khan (AKF) vem trabalhando para melhorar a qualidade de vida em Cabo Delgado há mais de duas décadas. Ajuda os agricultores a aumentarem a sua produção agrícola e a terem acesso aos mercados; apoia 123 organizações para o desenvolvimento das aldeias; e trabalha com comunidades e profissionais de saúde para fortalecer os cuidados de saúde na região.
Conheça o empresário Bacar Andinane, cuja participação num curso sobre nutrição apoiado pela AKF levou à criação de um negócio de sucesso, e veja a forma como outros projetos da AKF na área têm melhorado a vida em Cabo Delgado.
A smallholder farmer in Cabo Delgado uses the AKF-promoted “Gorongosa style” silo, designed to securely store larger volumes of seed and grain over significant periods of time.
AKDN / Lucas Cuervo Moura
Em 23 de Novembro de 2021, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega concordou na concessão de 1,1 milhões de dólares para apoiar o trabalho da AKF. Este valor será usado ao longo dos próximos dois anos para beneficiar 3000 deslocados internos, juntamente com outros 15 000 beneficiários em Chiure e Metuge, em Cabo Delgado. O projeto está focado nas mulheres e nos jovens. Este aborda a segurança alimentar, a resiliência socioeconómica e a coesão social, com o objetivo de estimular a atividade agrícola nas comunidades deslocadas.
O projeto será posto em prática através das organizações para o desenvolvimento das aldeias apoiadas pela AKF e através do Instituto Agrário de Ocua. Este último foi anteriormente designado como Instituto Agrário de Bilibiza. Foi destruído por insurgentes em 2020, tendo-se mudado para Ocua em conjunto com o seu corpo docente e 337 alunos.
A Embaixada da Noruega e a AKF vêm colaborando desde 2016 no projeto de melhoramento e modernização do Instituto, otimizando as vidas e os meios de subsistência tanto a curto prazo como para o futuro. As recentes iniciativas do Instituto incluem a construção de um aviário comunitário com 750 frangos para apoiar os deslocados internos; a introdução da batata-doce rica em vitaminas nas dietas locais; e a recolha de sementes para a reflorestação.
Durante a assinatura do acordo de concessão, o Embaixador da Noruega, Haakon Gram-Johannessen, falou acerca da vasta base de cooperação entre a Noruega e a AKDN em diferentes países, acerca da colaboração existente com a AKF em Moçambique, e da sua confiança na capacidade da AKDN em prestar serviços às populações vulneráveis de Cabo Delgado. O Representante Diplomático da AKDN em Moçambique, Nazim Ahmad, agradeceu ao Embaixador e ao seu governo pela confiança, reconhecendo a longa e impactante cooperação entre as duas organizações em Cabo Delgado.