Egipto · 11 abril 2021 · 2 Min
No Alto Egipto, as estruturas patriarcais, as normas de género e a desigualdade nas relações de poder entre géneros restringem significativamente o acesso das mulheres a recursos e oportunidades de desenvolvimento. As raparigas continuam a ser desencorajadas a prosseguir os estudos, e o trabalho num ambiente misto é muitas vezes rejeitado.
Um desses exemplos é Fatma, uma jovem mulher da aldeia de Al-Raghama Al-Balad, em Assuão, que teve alguns dos produtos da sua horta familiar expostos na área de exposição de um evento recente que assinalou o Dia Internacional da Mulher.
As mulheres no Alto Egipto, uma região onde opera a Fundação Om Habibeh (OHF) - parte da Fundação Aga Khan - estão tradicionalmente excluídas de atividades agrícolas porque trabalhar fora de casa é socialmente inaceitável. O Programa Mulheres na Agricultura da OHF potencia o envolvimento ativo das mulheres na produção hortícola, permitindo-lhes cultivar os seus alimentos em casa, algo que pode levar a uma melhoria significativa na nutrição das famílias, a uma poupança no orçamento e inclusive a geração de rendimentos com a venda dos produtos excedentes.
Com o programa, Fatma conseguiu criar uma horta em sua casa, onde cultiva tomates, pepinos, beringelas e muitos outros vegetais e ervas. Desde que iniciou a horta familiar, Fatma refere que a dieta dos seus filhos melhorou imenso:
“As crianças estão a comer cada vez mais alimentos saudáveis e frescos, aos quais não tínhamos acesso anteriormente. Eu não uso pesticidas ou fertilizantes artificiais, por isso estou confiante na segurança dos alimentos que os meus filhos estão a comer."
Até ao momento, esta intervenção já beneficiou mais de 1560 mulheres, como Fatma, que receberam formação intensiva e materiais da OHF para implementar as suas hortas familiares e criar uma base mais sólida para as suas famílias.