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Mulheres empregadas, crianças felizes: Projetar soluções centradas no ser humano na República do Quirguistão

Fundação Aga Khan

República do Quirguistão · 14 junho 2021 · 4 Min

Jovens estudantes desenham num infantário apoiado pela AKF em Osh, República do Quirguistão.

AKDN / Christopher Wilton-Steer

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Depois de os filhos terem crescido e saído de casa, Aida* estava determinada em fazer a diferença para outras crianças da sua comunidade. Ela decidiu abrir um jardim-de-infância em sua casa na República do Quirguistão, mas teve dificuldades em começar e conseguir lucros.


“Tive dificuldade em obter uma licença, porque o centro não tinha uma zona de biblioteca onde as crianças pudessem ter acesso à literatura”, disse Aida. “Dirijo o centro há 10 anos e ainda não obtive nenhum lucro.”


Noutro local na República do Quirguistão, Gulmira* quis matricular o seu filho num centro de Desenvolvimento da Primeira Infância (DPI) ou num jardim-de-infância, mas não conseguiu encontrar boas opções nas proximidades. O jardim-de-infância público tinha vagas limitadas, o que levou Gulmira a matricular o filho num centro de DPI privado. Mas não ficou satisfeita com a qualidade do centro privado, tendo em conta a mensalidade.


“Não vejo nenhumas melhorias na qualidade das escolas privadas quando comparadas com as escolas públicas”, disse Gulmira. “Na verdade, os jardins-de-infância públicos costumam ter melhores instalações e uma melhor qualidade e quantidade de alimentos e brinquedos.”


Na República do Quirguistão, as taxas de desemprego e subemprego são altas, especialmente entre as mulheres. As mulheres representam 51% das pessoas registadas como desempregadas, mas o número total é provavelmente muito maior se forem tidas em conta as mulheres não registadas.


O desemprego feminino afeta toda a família. Um estudo do Banco Mundial e da UNICEF indica que as mulheres empregadas ou capazes de ganhar um salário têm um impacto positivo no bem-estar geral das crianças e de toda a família. O apoio dado às oportunidades económicas das mulheres está intimamente ligado às trajetórias de vida positivas das crianças pequenas.


Ao mesmo tempo, apenas 21% das pessoas na República do Quirguistão têm acesso a serviços de DPI e serviços de educação pré-primária para crianças entre os 2 e os 6 anos. A grande maioria dos centros de DPI está em áreas urbanas, deixando as áreas semiurbanas e rurais com pouco acesso a estes serviços.


Enfrentar o desafio


A falta de serviços de alta qualidade de DPI na República do Quirguistão, combinada com a falta de apoio às mulheres que procuram abrir centros privados de DPI, representa um problema significativo. Enfrentar este desafio pode resolver dois problemas ao mesmo tempo.


A República do Quirguistão precisa de criar 530 000 vagas adicionais em jardins-de-infância para cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4.2 e garantir que todos os rapazes e raparigas têm acesso a um serviço de qualidade de desenvolvimento da primeira infância, aos cuidados e à educação pré-primária que os prepare para a escola primária. Esta medida iria ainda gerar 120 000 novos empregos, a maioria dos quais seria preenchido por mulheres, que representam atualmente 90 por cento da mão-de-obra em DPI.


A Impacto Local, uma nova parceria entre a Fundação Aga Khan (AKF) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), está a utilizar um processo de design centrado no ser humano para ajudar as mulheres na República do Quirguistão a obter rendimentos enquanto prestam cuidados de qualidade às crianças do país.


Projetar uma solução


A equipa de design da Impacto Local liderou um processo de conceção e prototipagem com base em pesquisas recentes feitas pela Universidade da Ásia Central e da Accelerate Prosperity no Quirguistão; e realizou inúmeras entrevistas com as partes intervenientes, como o Ministério da Educação e Ciência, os representantes da Associação de Centros Privados de DPI da República do Quirguistão e outros membros da comunidade.


Através deste processo, a equipa associou-se a mulheres como Gulmira e Aida para responder à pergunta: “Como podemos aumentar as oportunidades para as mulheres se tornarem empresárias ou conseguirem emprego no sector do DPI e, ao mesmo tempo, garantir que as famílias são capazes de prestar o apoio adequado aos filhos mais novos?”


The human-centred design process puts women like Aida and Gulmira, along with other community stakeholders, at the centre of designing a programme to support private ECD centres.

AKDN / Christopher Wilton-Steer

O processo durou vários meses e culminou na Baktyluu Bala ou Iniciativa “Criança Feliz”. Os principais objetivos da Iniciativa Criança Feliz são:



  • Melhorar o acesso a serviços de DPI de qualidade nas áreas semiurbanas da República do Quirguistão.

  • Criar oportunidades para que mulheres empresárias administrem centros de DPI com sucesso.


A equipa de design da Impacto Local está a trabalhar em estreita colaboração com a Associação de Centros Privados de DPI na iniciativa Criança Feliz. Para ajudar a atingir os objetivos, a equipa está a desenvolver um Kit de Iniciação ao DPI para empresárias atuais e futuras. Está também a desenvolver as competências empresariais e de DPI das mulheres empresárias; e a simplificar o apoio comunitário para ajudar as mulheres empresárias a prosseguirem com o desenvolvimento dos seus negócios.


A Fundação Aga Khan celebra as mulheres, tanto as empreendedoras como as mães, que procuram as melhores oportunidades para si mesmas, para os seus filhos e para as suas famílias. Através da utilização de uma abordagem de design centrado no ser humano, A AKF está a trabalhar para garantir que as mulheres sejam ouvidas tanto na identificação do problema como no desenvolvimento da solução.


*Os nomes foram alterados.


Este texto foi adaptado de um artigo publicado no site da AKF EUA.


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