Afghanistan · 20 janeiro 2020 · 3 Min
A Agência Aga Khan para o Habitat (AKAH) promove a redução do risco de desastres nas áreas remotas de alta montanha do Afeganistão, Paquistão e Tajiquistão através de avaliações dos perigos, vulnerabilidades e riscos, mapas de perigos, projetos estruturais de mitigação e projetos de preparação da comunidade e consciencialização acerca dos desastres. A sua abordagem combina o conhecimento e as práticas locais com tecnologias inovadoras, incluindo sistemas de informação geográfica, deteção remota e drones, com o objetivo de desenvolver políticas e contramedidas que tenham por base os melhores dados disponíveis e que estejam adaptadas às comunidades locais.
A avaliação e a monitorização dos riscos, assim como o levantamento de danos e a recolha de dados durante situações de emergência em áreas de montanha de difícil acesso apresentam muitas dificuldades. A AKAH utiliza tecnologias de deteção remota para mapear e monitorizar com mais facilidade e precisão os perigos e os desastres em áreas de montanha de difícil acesso. Mapeou vários lagos glaciais em alta altitude nas províncias de Baghlan e Badakhshan no Afeganistão, na região autónoma de Gorno-Badakhshan (GBAO) no Tajiquistão, incluindo o Lago Sarez, e em Gilgit, Chitral e Hunza, no Paquistão. No entanto, em altitudes mais elevadas, os dados de satélite não chegam com uma resolução suficientemente que permita criar mapas de risco precisos, e o tempo nublado obscurece regularmente as imagens de satélite. Tentar mapear áreas localizadas a mais de 4000 metros acima do nível do mar sobrevoando-as de helicóptero é difícil e perigoso. Nestes casos, a AKAH disponibilizou drones, com sucesso, para o mapeamento e monitorização em detalhe dos perigos e riscos geográficos, incluindo o tamanho dos glaciares e lagos glaciais, a sua condição e estado de movimento, a cobertura de neve, etc. Utilizando estas tecnologias, a AKAH pode identificar o nível de perigo que estas situações de risco podem representar para as comunidades e avançar com intervenções para melhorar a sua resiliência a desastres naturais.
No Tajiquistão, a AKAH usou um drone para mapear o glaciar localizado acima da aldeia de Barsem, no vale de Shughnan, que em 2015 foi responsável por causar um fluxo de detritos que destruiu mais de 80 habitações e infraestruturas importantes, incluindo a estrada entre o Tajiquistão e a China através de Murghab. O drone forneceu uma vista aérea dos danos globais causados pelos detritos e identificou a fonte do perigo, revelando imagens em primeira mão de forma rápida e segura, facilitando uma resposta eficaz. Igualmente em outras geografias, os drones permitiram à AKAH criar mapas de perigos mais detalhados e precisos para melhorar o trabalho de redução do risco de desastres. No Paquistão, em 2017-2018, o glaciar de Khurdopin, no vale de Shimshal, em Gilgit-Baltistão, estava a expandir-se e a bloquear o rio Shimshal, formando um lago artificial. Dado que a área estava inacessível, a AKAH, em cooperação com a Autoridade de Gestão de Desastres de Gilgit-Baltistão, usou um drone para monitorizar a expansão e a formação do lago. A AKAH também usou um drone para monitorizar o glaciar de Badswat, quando, em 2018, as aldeias de Badswat e Bilhanz no vale de Immit, em Gilgit-Baltistão, foram atingidas pelo rebentamento de um lago glacial, o que levou à formação de um lago artificial. Apesar dos danos em 40 casas e do acesso à estrada ter ficado bloqueado, não houve perdas humanas a lamentar graças a uma evacuação oportuna no âmbito das atividades da AKAH de mitigação do risco de desastres. Atualmente, a AKAH está a monitorizar o glaciar de Shishpar em Hunza, em Gilgit-Baltistão. O glaciar tem vindo a expandir-se desde Maio de 2018 e bloqueou o fluxo de água a partir de um glaciar adjacente, criando um lago artificial. A AKAH está a monitorizar o lago com deteção remota e tecnologia drone, para além de ter uma câmara colocada perto do glaciar para controlar as condições do lago e do glaciar a montante para alertar as comunidades abaixo dos riscos e poder desenvolver medidas de resposta e mitigação.
As inovações tecnológicas, como os drones, permitem que a AKAH leva a cabo um mapeamento mais preciso dos riscos, salvando vidas e protegendo ativos e meios de subsistência de desastres naturais. Estas também permitem uma avaliação mais rápida e precisa dos danos após o desastre para poder avançar com respostas mais eficientes e eficazes.