AKDN / Mansi Midha








Percebendo que precisava de apoio, Kanat contactou o Programa Aga Khan de Apoio Rural (AKRSP-Índia), que ele sabia que tinha ajudado outros empresários da sua aldeia – incluindo o seu patrão – a arrancarem com os seus negócios.


Pouco tempo depois, inscreveu-se no programa Yuva (juventude em hindi) Junction do AKRSP-Índia, onde recebeu formação em empreendedorismo, e um financiamento inicial para lançar o seu negócio, a AK Painter and Bamboo Art.


A pequena empresa produz produtos em bambu, incluindo suportes móveis e brinquedos, e vende as pinturas de Kanat. Num ano em atividade, Kanat mais do que duplicou os seus ganhos em relação ao seu salário de professor de arte, e contratou quatro funcionários, com planos para contratar mais quatro este ano.























Da agricultura ao desenvolvimento de empresas e competências


A cintura tribal da Índia, que cobre predominantemente nove estados nas regiões oriental, central e ocidental do país, alberga centenas de tribos que estão entre as mais vulneráveis e marginalizadas do país. Vinte por cento da população da Índia vive abaixo do limiar da pobreza, mas nas zonas tribais este número sobe para 40 por cento.





8% da população da Índia está desempregada.

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Das pequenas vilas para as grandes cidades


Quando Khyali Devaliya, de 20 anos, começou a procurar emprego, lembrou-se de uma jovem da sua terra natal de Talala, no estado indiano de Gujarate, que participou num programa de competências e emprego. O programa não só tinha permitido a essa mulher obter um emprego, como Devaliya observou nela uma curiosa diferença ao nível da confiança.


24% dos jovens estão desempregados.

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Devaliya, que vem de uma família de agricultores, informou-se acerca do programa – Yuva Junction – e inscreveu-se, na esperança de conseguir um emprego formal.


“Encontrar emprego é difícil”, diz Devaliya. “São precisas competências e experiência específicas e uma rede de contactos.”


De acordo com o Banco Mundial, 24% dos jovens na Índia – ou quase um em cada quatro – estão desempregados, o que é o triplo da taxa de desemprego do país, que é de 8%. Este número também não abrange as dezenas de milhões que têm trabalhos precários e mal pagos, como muitos dos amigos de Devaliya.


Depois de participar no programa de formação de três meses do Yuva Junction e de ser posta em contacto com potenciais empregadores, Devaliya conseguiu um emprego como caixa numa grande superfície. A trabalhar há cinco meses, ganha mais do que os pais.





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“Este é um salto enorme”, diz Patidar. “Pode parecer pequeno, mas se olharmos para os salários que os pais e familiares conseguem obter no sector da agricultura, estes jovens estão a ganhar o dobro ou o triplo do ordenado anual dos pais.”


Desde 2016, já participaram na corrente de empreendedorismo do Yuva Junction mais de 1500 empreendedores – 80% dos quais oriundos de regiões tribais. O programa está em rápida expansão e atualmente abrange mais de 750 participantes por ano. Mas são as características demográficas particulares dos participantes que o torna especial, diz Mike Bowles, Conselheiro Global para o trabalho e o empreendedorismo da Fundação Aga Khan.