Kenya · 9 fevereiro 2020 · 2 Min
Eu nasci e cresci no Uganda e, depois de me formar na Academia Aga Khan de Mombaça, mudei-me para o Iowa para estudar no Grinnell College. Foi no Grinnell College que conheci o meu cofundador, Maijid Moujaled. Tal como eu, Maijid era também um estudante internacional nascido no Gana.
Na faculdade, estudei economia, enquanto Maijid estudava informática. Durante o meu primeiro ano de faculdade, estagiei no Facebook em Nova Iorque, e depois de me formar no Grinnell em Maio de 2016, voltei para o Facebook, na sua sede em Dublin, a tempo inteiro.
Durante o verão de 2016, antes de me mudar para a Irlanda para trabalhar no Facebook, Maijid e eu fizemos uma viagem de carro de São Francisco a Los Angeles - parando em Santa Barbara e Santa Cruz pelo caminho. Na estrada, Maijid e eu passámos muito tempo a falar sobre o espaço das criptomoedas e da tecnologia financeira (ou "fintech") e a ouvir podcasts no carro.
Parte do nosso entusiasmo em relação às criptomoedas e ao espaço das fintechs surgiu da nossa frustração face à dificuldade e aos preços praticados no envio de dinheiro (especialmente além-fronteiras) de uma pessoa para outra em África, dadas as muitas unidades monetárias diferentes em todo o continente. Foi assim que nasceu nas nossas cabeças a ideia do Chipper.
O Chipper é semelhante ao Venmo nos Estados Unidos, mas com a diferença de que o Chipper funciona em países por toda a África, e não apenas num país. O que há de mais particular no Chipper é que, em vez de os utilizadores usarem os cartões de crédito para carregar e debitar as suas carteiras do Chipper, como fazem com o Venmo, o Chipper permite aos utilizadores ligarem-se às suas contas de Mobile Money, a ferramenta financeira mais comum na África Subsaariana.
O Chipper foi escolhido pela Stellar Foundation, que desenvolve um protocolo de pagamentos baseados em blockchain [registo de transações com bitcoins], como vencedor da sua competição anual Stellar Build Competition. Essa distinção foi um grande passo em frente: para além do prémio monetário de 100 mil dólares para o desenvolvimento da plataforma, trouxe reconhecimento ao Chipper num cenário global competitivo. Em menos de um ano, o Chipper também conseguiu um financiamento inicial de 8,4 milhões de dólares da parte da Deciens Capital, uma empresa de capital de risco.
Com o Chipper, esperamos alcançar um mercado grande e muito mal servido. Neste momento, o Chipper está à frente da maioria da concorrência neste domínio.
O Chipper está disponível para Android e iOS e na internet para pessoas de vários países, incluindo Gana, Quénia, Uganda, Tanzânia, Ruanda e Nigéria. Serão adicionados mais países num futuro próximo.
Durante todo este processo, eu continuo a usar e a desenvolver as minhas competências analíticas e de comunicação que descobri pela primeira vez na Academia Aga Khan, em conjunto com o compromisso de dar resposta às necessidades sociais. A base que construí para a minha carreira e para mim mesmo com a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento ainda hoje me surpreende.
Ham Serunjogi speaking at the conference on Export/Cross Border Businesses at the British Chambers of Commerce in London, October 2017.
Critical Ideas
Adaptado de um artigo publicado no site da Fundação Aga Khan EUA.