The view along the water channel at the heart of the central axis of Babur’s Gardens, Kabul.

AKDN / Christian Richters

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Por isso, a presença de água corrente esteve sempre intimamente associada aos Jardins do Paraíso. Este conceito de jardins encontrava-se já amplamente difundido no mundo clássico, como se confirma pelos pátios com elementos aquáticos das luxuosas vilas romanas construídas há mais de 2.000 anos. Historicamente, os Jardins do Paraíso foram sempre vistos como algo exclusivo, permitindo, na melhor das hipóteses, um acesso limitado ao público em geral./o:p

O Jardim de Chihilsitoon, com 12,5 hectares, é o maior jardim público histórico de Cabul, e também foi restaurado pelo Fundo Aga Khan Trust para a Cultura.

Para além da mudança de conceito que surgiu com a transliteração do persa para o grego, a associação que estes jardins murados e isolados têm com a nossa noção de paraíso é também um resultado direto da expansão do Islão a partir do século VII. Existem inúmeros versículos no Alcorão que se referem ao paraíso como um conjunto de jardins com árvores de fruto e rios de água, leite, vinho e mel. Os quatro jardins e rios mencionados no Alcorão deram origem ao conceito persa de Chahar Bagh, ou Quatro Jardins, que se espalharam para Oriente durante o império mogol. Os jardins do Taj Mahal e do Túmulo de Humayun na Índia, os Jardins de Babur em Cabul e os principais monumentos mogóis de Lahore são os exemplos mais destacados.