Pakistan · 29 janeiro 2019 · 2 Min
O Professor Murad Moosa Khan da Universidade Aga Khan (AKU) tornou-se presidente da IASP (Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio), a primeira faculdade asiática e paquistanesa nos 60 anos da história da Associação.
“Para mim, é um desafio e uma oportunidade trabalhar com a comunidade global, profissionais da IASP e voluntários, para impedir um comportamento suicida nas nossas sociedades”, afirma Khan.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 800 000 suicidam-se todos os anos e, na faixa etária entre os 15 e os 29 anos, é a segunda maior causa de morte a nível mundial. Pior ainda: para cada suicídio, é muito maior o número de tentativas de suicídio.
Embora não haja dados oficiais disponíveis do Paquistão, estima-se que entre 130 000 a 300 000 pessoas tentaram suicidar-se e 13 000 a 15 000 suicidam-se todos os anos. “A maioria dos suicídios pode ser evitada”, afirmou Khan.
“Em países como o Paquistão, fatores sociais como desemprego, falta de acesso a cuidados de saúde, educação, alojamento, transporte, justiça e fraca execução da lei e ordem criam uma grande tensão. O estresse grave pode dar origem a depressão e a outras doenças mentais que podem levar um indivíduo a ponderar o suicídio”, afirmou Khan.
Khan visa trabalhar com as principais partes interessadas e aconselhar o governo a investir na área da saúde mental e a criar uma estratégia de prevenção do suicídio.
“O Paquistão necessita de uma estratégia de saúde mental nacional viável, que conte com as principais partes interessadas, incluindo o governo, público, profissionais de saúde e ONG”, afirmou Khan.
“A formação na deteção precoce e gestão de doenças mentais comuns tem de ser transmitida a médicos de família, profissionais de saúde e membros da comunidade. Devem poder discutir os sintomas com os pais, ajudá-los a lidar com os estigmas associados à saúde mental e ensinar-lhes capacidades para lidarem com o problema”, afirmou. “Além disso, é essencial a criação de serviços de saúde mental económicos e acessíveis. As pessoas têm de saber onde dirigir-se se sofrerem de depressão ou qualquer problema de saúde mental”.
“Cerca de 90 por cento das pessoas que se suicidam sofrem de algum tipo de doença mental, em que a depressão clínica é o caso mais comum”, acrescentou.