Kenya · 28 agosto 2019 · 3 Min
Raphael Mwachiti, um estudante da Academia Aga Khan de Mombaça, ganhou o prémio Ryerson Sandbox Basecamp pelo seu projeto inovador de apoio a pessoas com deficiência visual, tendo recebido um subsídio de 5.000 dólares canadianos e aconselhamento profissional especializado para ajudar a promover a sua empresa.
A Universidade Ryerson, localizada em Toronto, Canadá, realiza um campo de formação intensiva durante seis semanas todos os anos. Os estudantes são convidados a apresentar as suas soluções para questões da vida real e, depois de passarem por um rigoroso processo de candidatura, são selecionados para participar no campo de formação. Durante o período de seis semanas, os estudantes participam em sessões intensivas para desenvolver, comercializar e acelerar as suas ideias de negócio. Ryerson está a oferecer 12 bolsas de estudo ao longo de três anos para os alunos e professores das Academias participarem no Sandbox Basecamp. Esta colaboração começou em 2017, depois de uma visita de Mohamed Lachemi, presidente e vice-reitor da Universidade Ryerson, à Academia Aga Khan de Hyderabad. O Basecamp 2019 teve 27 alunos, alguns a trabalhar aos pares e outros a trabalharem sozinhos. Houve um total de 19 projetos, com três vencedores.
Raphael fundou a Ultran Mobility, uma empresa focada em melhorar a vida de pessoas com deficiência visual. Enquanto realizava serviço comunitário, Raphael reparou que as pessoas com deficiência visual tinham, por vezes, dificuldades no dia-a-dia; a bengala branca que é tradicionalmente usada apenas ajuda as pessoas a saber onde estão os perigos quando a bengala já se deparou com o perigo, e não antes. Rafael começou a investigar o assunto e descobriu que dos milhões de pessoas com deficiência visual em todo o mundo, 90% residiam em países em desenvolvimento. Para além disso, apenas 10% são capazes de trabalhar e contribuir para a economia. Raphael criou uma solução que usa a tecnologia para detetar objetos até oito metros do utilizador. Assim que o objeto é detetado, o dispositivo emite uma reação táctil, ou vibrações, assim como uma reação áudio, para alertar o utilizador.
Durante o seu período no Sandbox Basecamp, Raphael aprendeu a apresentar sucintamente o seu negócio a diferentes públicos, aprendeu a usar diferentes canais de marketing e a formular uma estratégia de longo prazo para o seu negócio. Os alunos que participaram no campo de formação também aprenderam os aspetos legais e financeiros inerentes à gestão de uma empresa, assim como analisar as tendências do mercado. Empresas globais como a Google e o Facebook convidaram os alunos para irem aos seus escritórios e aprenderem mais sobre o seu modelo de negócio e o que os torna bem-sucedidos.
A Ultran Mobility melhora a qualidade de vida diretamente na comunidade em que Raphael vive, um fator que fez o seu projeto destacar-se. Raphael desenvolveu relações nesta comunidade e construiu uma equipa de conselheiros que, segundo ele, estão "sempre dispostos a ajudar quando eu fico encalhado". Também o preço e a acessibilidade do dispositivo foram dois fatores que distinguiram o produto de Raphael.
Raphael recebeu 5.000 dólares canadianos como vencedor, para além de acesso a um escritório de advocacia para ajudar a incorporar a sua empresa e a patentear o seu conceito. Os vencedores podem usar o prémio em dinheiro da forma que desejarem, e Raphael pretende usá-lo para criar mais unidades do seu dispositivo para os clientes testarem e darem a sua opinião. Ele espera continuar a construir relações com diferentes organizações enquanto tentar encontrar um método sustentável de produzir o seu dispositivo em massa. Rafael ficou radiante por ter ganho o prémio e disse: "Estou empolgado com a aventura que tenho pela frente".