Ao recordar o seu percurso no TPP, Rosa refere: "Eu, pessoalmente, senti-me a crescer como professora e como indivíduo social. A experiência mudou a forma como abordo o processo de ensino e aprendizagem. Enquanto professores, é possível mudar o mundo através da educação - só temos de acreditar nisso e ir em frente!”

Teatro na família

Ela começou o seu trajeto de 20 anos pelo teatro, aos 14 anos. Enquanto o irmão e a irmã participavam em atividades extracurriculares como natação e futebol, o único interesse de Rosa era juntar-se aos Mutumbelinhas, um grupo de teatro infantil local. Ela atribui o mérito à sua tia, que dirigia o grupo, por tê-la ajudado a ultrapassar a sua personalidade tímida. “A minha tia encenou uma peça chamada 'Flicts', a partir de um livro do escritor brasileiro Ziraldo. Foi uma grande mudança para mim, porque eu era uma criança tímida e, através do teatro, tornei-me uma pessoa diferente”, conta.

Desde então, o palco tornou-se a sua vida. Foi onde conheceu o marido, que é diretor e professor da Universidade Eduardo Mondlane. O teatro é igualmente a área de trabalho do seu filho, produtor teatral, e da sua irmã, que é atriz.

Dar confiança aos alunos através das artes e do teatro

Ela começou com o pé direito em Maputo, assumindo o papel de professora de Teatro da Academia em Janeiro de 2020. Uma das paixões de Rosa inclui a organização de cursos que promovam a autoexpressão, pois acredita que estes são fundamentais para proporcionar diferentes métodos de comunicação - seja através da arte, movimento, canto ou diálogo, levando as crianças para fora da sua zona de conforto num espaço seguro. Rosa explica: "Através destes cursos, as crianças reagem claramente às instruções e saem da casca, e esquecem-se do quão tímidas eram no início."

Para Rosa, o teatro vai para além do palco, e ela tem trazido à tona questões relacionados com as culturas e tradições locais. Nas últimas semanas, ela convidou muitos artistas para falarem sobre os grupos étnicos de Nyau e Mapiko, levando as crianças a aprender através do método de criação de máscaras e de aulas em movimento. O teatro foi sempre mais do que apenas uma encenação para Rosa, que disse: “... é uma ferramenta muito poderosa para o desenvolvimento de várias capacidades entre os jovens estudantes. Aperfeiçoa as suas competências comunicativas, sociais, colaborativas e emocionais.”