Karachi, Paquistão e Genebra, Suíça, 14 de Outubro de 2020 - Numa tentativa de chamar a atenção para as terríveis consequências das alterações climáticas na Ásia Central e do Sul, a Universidade Aga Khan, a Agência Aga Khan para o Habitat e a Universidade da Ásia Central lançaram uma série de filmes focados no impacto catastrófico do rápido derretimento do maior depósito de gelo do mundo fora das regiões polares. Fazendo eco do apelo à ação por parte do prémio #EarthshotPrize, o projeto Vozes do Tecto do Mundo (VTM) irá ajudar os cineastas locais a produzir documentários com impacto acerca das consequências do aquecimento global para a vida selvagem e para os 240 milhões de pessoas que vivem nas montanhas mais altas do mundo e dos quase dois mil milhões de pessoas que dependem dos grandes rios que ali começam. www.aku.edu/vrw
“O futuro da Ásia do Sul e Central será decisivamente moldado pelas condições ambientais na região montanhosa que se estende do Nepal ao Quirguistão”, disse o presidente da Universidade Aga Khan, Firoz Rasul. “Acreditamos ser fundamental chamar a atenção para o que está a acontecer, aquilo que está em jogo e o que pode ser feito para enfrentar esta crise que se aproxima. O nosso objetivo é chegar a milhões de pessoas através das Vozes do Tecto do Mundo e construir uma base de apoio para os esforços de proteção do meio ambiente na região, tanto para os seus habitantes como para as inúmeras pessoas que dependem das suas águas.”
“As populações das montanhas Himalaias, Indocuche, Caracórum e Pamir vivem na linha de frente das alterações climáticas, tal como os residentes nas ilhas do Pacífico e na Baía de Bengala”, Diretor-Geral da Agência Aga Khan para o Habitat. “A Agência Aga Khan para o Habitat trabalha com as populações para proteger o seu habitat e garantir que estas possam prosperar, mesmo perante este perigo crescente. Através do desenvolvimento de soluções e do estudo da adaptação às alterações climáticas, o nosso trabalho irá beneficiar outras pessoas que enfrentem ameaças semelhantes, hoje e no futuro. Este projeto não irá apenas dar voz às comunidades vulneráveis, mas irá também ajudar outras pessoas a compreenderem a severidade do problema das alterações climáticas.”
“O aquecimento global não está para chegar. É já hoje uma realidade presente, e a Universidade da Ásia Central, através do seu Instituto de Investigação de Sociedades de Montanha, está numa posição privilegiada na região para dar resposta aos desafios das alterações climáticas”, disse o Dr. Bohdan Krawchenko, Reitor da Escola Superior de Desenvolvimento da Universidade da Ásia Central. O projeto “Vozes do Tecto do Mundo” podem ajudar a criar uma consciencialização necessária e urgente acerca de questões como a gestão da água e a segurança alimentar, e do impacto potencialmente devastador das alterações climáticas nas comunidades de montanha.”
O projeto Vozes do Tecto do Mundo (VTM) é baseado numa premiada série de 52 documentários de 30 minutos intitulada Dar Voz à Natureza, criada na Escola Superior de Média e Comunicação da Universidade Aga Khan em Nairobi, no Quénia. Esta série já estimulou decisores políticos, líderes empresariais e cidadãos a avançar com iniciativas, incluindo a proibição de sacos de plástico, a suspensão da criação de novas centrais energéticas alimentadas a carvão e a aprovação de legislação que proteja a pesca não regulamentada. O VTM irá utilizar este modelo testado no tecto do mundo.
“Estamos literalmente a ver o futuro da Terra a arder. Somente através de um trabalho conjunto que atravesse fronteiras e culturas poderemos ter esperança de vir a impedir este desastre iminente. De agricultores a cineastas, de cientistas a estudantes, todos podemos desempenhar um papel importante na preservação do nosso planeta”, disse Andrew Tkach, diretor do projeto Vozes do Tecto do Mundo.
Para mais informações, por favor, contacte:
Trushna Torche
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Vozes do Tecto do Mundo
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NOTAS
A Universidade Aga Khan é uma instituição pioneira de ensino superior que trabalha para melhorar a qualidade de vida no mundo em desenvolvimento e não só. A universidade gere programas em polos universitários no Paquistão, Afeganistão, Quénia, Tanzânia, Uganda e no Reino Unido, e trata mais de 2 milhões de pacientes por ano em 7 hospitais e mais de 350 centros médicos. Para mais informações, visite www.aku.edu.
A Agência Aga Khan para o Habitat (AKAH) trabalha para garantir que as pessoas vivem em ambientes físicos que estejam seguros quanto possível dos efeitos das alterações climáticas e desastres naturais; que aqueles que vivem em áreas de alto risco estejam preparados para enfrentar e dar resposta aos desastres; e que estes ambientes tenham acesso a serviços básicos que proporcionem oportunidades para uma melhor qualidade de vida. A AKAH procura ajudar as comunidades que vivem na linha de frente das alterações climáticas - particularmente na alta montanha ou em centros urbanos - a adaptarem-se e a prosperarem através da construção de habitats resilientes e da redução de emissões. Criada em 2015, a AKAH combina as várias agências e programas da AKDN que estavam operacionais desde a década de 1990 na Ásia do Sul e Central, incluindo a Assistência Humanitária Focus, os Serviços Aga Khan de Planeamento e Construção, a Iniciativa de Gestão do Risco de Desastres e o Fundo para o Ambiente do Príncipe Sadruddin Aga Khan. Os países em que a AKAH trabalha incluem Afeganistão, Tajiquistão, Síria, Paquistão e Índia.
A missão da Universidade da Ásia Central (UCA) consiste na promoção do desenvolvimento socioeconómico das comunidades de montanha da Ásia Central. Como tal, trata-se de uma “universidade de desenvolvimento”, totalmente inovadora na sua missão e nos seus programas, e tendo como referência os padrões internacionais de excelência. Por definição, os polos universitários estão localizados em áreas rurais de montanha no Tajiquistão, Quirguistão e Cazaquistão, que historicamente sofreram de marginalização social e escassez de recursos socioeconómicos. O Instituto de Investigação de Sociedades de Montanha da UCA está na vanguarda do apoio e da melhoria da resiliência e da qualidade de vida das sociedades de montanha através de investigações científicas sólidas e relevantes em questões de alterações climáticas, aquecimento global e segurança alimentar e hídrica.