Glasgow, Escócia, 5 de Novembro de 2021 - A Agência Aga Khan para o Habitat (AKAH) e a World Habitat irão organizar um evento durante a COP26 para mostrar como as comunidades de montanha se estão a adaptar para viver com segurança e prosperidade na linha da frente da emergência climática. O evento de segunda-feira, 8 de Novembro de 2021, que fará parte do Programa oficial da Zona Verde, vai concentrar-se no trabalho da AKAH junto de cerca de 800 comunidades no norte do Paquistão que procura combinar o conhecimento indígena com a tecnologia no sentido de promover uma adaptação coordenada localmente e desenvolver os níveis de resiliência.

Na cimeira global do clima, a AKAH - Vencedora do Prémio de Ouro da World Habitat 2020 - e a World Habitat procuram incluir no debate a experiência e a perspetiva das comunidades que já estão a viver a emergência climática. Nos Himalaias, nas cordilheiras de Indocuche, Caracórum e Pamir, as temperaturas estão a subir três vezes mais rápido do que a média global. Estas áreas estão a enfrentar uma ameaça cada vez maior decorrente do degelo de glaciares, condições meteorológicas extremas, inundações e outros riscos naturais que têm causado danos catastróficos nos últimos anos.

Este evento, viabilizado pela World Habitat, irá contar com um documentário que apresenta as histórias das comunidades afetadas, ao qual se seguirá um painel de discussão com:

• Maimunah Mohd Sharif, Diretora Executiva da ONU-Habitat e Juíza Final dos Prémios World Habitat;
• Malik Amin Aslam, Ministro e Conselheiro Especial do Primeiro-Ministro para as Alterações Climáticas do Governo do Paquistão; e
• Khalid Khurshid, Ministro-Chefe do Governo de Gilguite-Baltistão, no Paquistão
• Onno Ruhl, Diretor-Geral da Agência Aga Khan para o Habitat; e
• Louise Winterburn, Vice-Presidente Executiva da World Habitat.

O painel irá debater as formas como podemos apoiar e aplicar respostas ao agravamento da crise climática que sejam eficazes e geridas pelas comunidades - destacando o trabalho da AKAH no Paquistão de aproveitamento do conhecimento local para, em conjunto com a tecnologia, criar soluções eficazes que respondam à emergência climática, permitindo que as populações desenvolvam casas e comunidades mais seguras.

Malik Amin Aslam, Ministro e Conselheiro Especial do Primeiro-Ministro para as Alterações Climáticas do Governo do Paquistão, disse: “Ainda que as contribuições do Paquistão para as emissões globais de GEE sejam inferiores a 1%, somos um dos países que mais sofre com o impacto das alterações climáticas, com desastres naturais cada vez mais frequentes e intensos. Estamos a trabalhar para contrariar estas tendências através de iniciativas ambiciosas do senhor Primeiro-Ministro, como o Programa Paquistão Limpo e Verde, e o Programa Tsunami de Dez Mil Milhões de Árvores, com vista a recuperar os ecossistemas. O governo está também a trabalhar no desenvolvimento dos primeiros códigos de construção para edifícios ecológicos no país. Fico feliz por ver instituições de desenvolvimento como a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento a contribuírem para estes esforços por um Paquistão mais verde.”

Onno Ruhl, Diretor-Geral da Agência Aga Khan para o Habitat, disse: “Há quase mil milhões de pessoas a viverem em zonas montanhosas em todo o mundo. Este evento será uma oportunidade vital para aprender com outras pessoas que trabalham e vivem em regiões montanhosas e também para partilhar os nossos próprios conhecimentos e experiências. Estas comunidades são as guardiãs de recursos naturais essenciais para o nosso planeta, incluindo depósitos de água dos quais depende um quarto da humanidade. Conservar e melhorar os habitats e os ecossistemas de montanha são fatores fundamentais na luta contra as alterações climáticas. É crucial que capacitemos estas comunidades para poderem construir um futuro melhor. Temos de nos adaptar ao clima e devemos fazê-lo de uma forma que melhore de forma concreta as casas, as vidas e o habitat das populações. Podemos evitar consequências catastróficas para as pessoas - mas só se agirmos... e agirmos já.”

Através deste evento, a AKAH e a World Habitat desejam usar a plataforma da COP 26 para partilhar conhecimentos e experiências ao nível de soluções eficazes que tenham por base as melhores práticas internacionais e décadas de experiência no terreno de colaboração com as comunidades com o objetivo de desenvolver a resiliência, transformar vidas e proteger a natureza. O objetivo do evento passa por expandir e acelerar as iniciativas colaborativas de adaptação às alterações climáticas em todo o mundo, especialmente em áreas de montanha altamente vulneráveis.

“As montanhas são a principal fonte de água do planeta, se o ambiente ou os ecossistemas forem destruídos ou perturbados nas montanhas, os rios irão secar. Imaginem como seria o mundo. Proteger os ecossistemas de montanha não é só importante para as comunidades de montanha; é importante para o mundo”, disse Khalid Khurshid, Ministro-Chefe do Governo de Gilguite-Baltistão, no Paquistão. O Ministro Khurshid acrescentou: “No Paquistão, estamos a alargar a implementação de soluções, como o Programa Tsunami de Dez Mil Milhões de Árvores, iniciativa do Primeiro-Ministro em colaboração com a AKAH a ser implementada em Gilguite-Baltistão. A plantação de árvores não é apenas uma medida importante para a manutenção das temperaturas e a redução dos efeitos das alterações climáticas, mas também uma abordagem eficaz à mitigação do risco de desastres naturais, desde que seja complementada por uma robusta avaliação de risco e um planeamento cuidadoso. Precisamos de construir uma congregação global de comunidades de montanha que se juntem e partilhem soluções locais, aprendam com as experiências umas das outras e promovam a inovação.”

A AKAH trabalha com as comunidades na avaliação dos perigos, riscos e vulnerabilidades que estas enfrentam e na posterior criação de planos de desenvolvimento de habitat e gestão de desastres inclusivos e participativos. A AKAH adaptou e expandiu esta abordagem ao Paquistão, Afeganistão, Tajiquistão, Índia e Síria, incluindo quase 2500 povoações (onde vivem quase três milhões de pessoas); trabalhou com quase 40 000 voluntários ativos de resposta a emergências (quase 40% dos quais são mulheres) para avaliar, planear e dar respostas aos riscos existentes; e melhorou e protegeu infraestruturas e edifícios importantes onde são oferecidos serviços essenciais a centenas de milhares de pessoas.

Louise Winterburn, Vice-Presidente Executiva da World Habitat, disse: “Muitas das comunidades mais pobres do mundo estão na linha da frente da emergência climática e têm de aguentar viver em condições insuportáveis - ou ir embora. Aquilo que a Agência Aga Khan para o Habitat tem conseguido fazer no Paquistão - utilizando a mais recente tecnologia em harmonia com o conhecimento indígena - é notável. E isto significa que muitos milhares de pessoas podem continuar a viver nas suas comunidades, à medida que se vão adaptando às consequências imediatas da emergência climática.

Esta solução pode ser adotada em locais semelhantes em todo o mundo, beneficiando milhões de pessoas. O nosso objetivo é fazer com que isso aconteça, funcionando este evento na COP26 com o ponto de partida.”

O evento irá ter lugar às 14h de segunda-feira, 8 de Novembro de 2021. A participação presencial já está esgotada, mas este evento será transmitido ao vivo através do canal da COP26 no YouTube neste link.

Para mais informações, entre em contacto com:

Trushna Torche através do e-mail [email protected]

Para mais informações acerca da World Habitat e da sua análise sobre o evento da COP26

Para mais informações acerca da Agência Aga Khan para o Habitat

Assista a este filme de 8 minutos:“Reavivar a esperança”