Kyrgyz Republic · 22 dezembro 2009 · 2 Min
Quando a Fundação Aga Khan (AKF) descobriu que havia muitas crianças em zonas rurais do Quirguistão sem acesso a infantário durante a migração anual para as "jailoo", ou pastagens de alta montanha, durante quatro a cinco meses por ano, iniciou um programa para levar a educação de primeira infância às montanhas.
A migração de verão para as "jailoo" segue uma tradição com mais de 2.500 anos - uma tradição que apenas foi interrompida durante a era soviética. Para levar oportunidades de aprendizagem estruturadas, ativas e agradáveis até às "jailoo", a AKDN apoia um sistema interligado de infantários centrais e satélite. Muitos dos infantários satélite funcionam em casas de aldeia durante o inverno e em yurts (tendas nómadas) durante o pastoreio de verão.
Os infantários em yurts têm tido uma enorme popularidade. Em resposta à procura, os professores começaram a organizar atividades para crianças mais velhas, tendo igualmente criado pequenas bibliotecas em yurts direcionadas a crianças dos dois aos 14 anos. Desde então, este conceito já se expandiu para outras aldeias e pastoreios de verão. Os estudos indicam que quando as crianças do programa de infantários nas jailoo entram na escola primária, conseguem melhores resultados que os outros colegas em leitura e em matemática.
Em 2008, o programa chamou a atenção do World Challenge, uma competição global patrocinada pela BBC World, a Newsweek e a Shell "com o objetivo de identificar projetos ou pequenas empresas de todo o mundo que tenham mostrado empreendedorismo e inovação ao nível local". Assista ao documentário de 20 minutos da BBC.
Ao longo da última década, estes infantários das jailoo têm vindo a consolidar-se cada vez mais a nível nacional. A sua capacidade de melhorar a aprendizagem das crianças, de fortalecer os laços familiares entre gerações e de perpetuar as antigas tradições do Quirguistão, como a migração anual, tem sido documentada por avaliações externas independentes. Como resultado, tanto o governo local como as agências internacionais de desenvolvimento têm-se envolvido cada vez mais no apoio a esta abordagem. Por exemplo, desde 2014 que a fundação pública internacional Roza Otumbayeva Initiative (ROI) vem apoiando a criação de infantário nas "jailoo" em mais de 100 comunidades. O programa também se tem empenhado em melhorar as relações transfronteiriças. Em 2015, a Embaixada Britânica em Bisqueque ajudou a AKF e a ROI a abrir 11 infantários no Oblast de Batken, com o objetivo de reduzir as divergências acerca de área de pastagem e recursos hídricos entre o Tajiquistão e o Quirguistão.