Kenya · 13 agosto 2014 · 2 Min
As zonas rurais do Quénia continuam a ser acometidas por altas taxas de mortalidade materna, neonatal e infantil, com menos da metade dos partos a serem assistidos por um enfermeiro ou parteira. A Universidade Aga Khan (AKU) e o Departamento de Saúde Comunitária dos Serviços Aga Khan de Saúde no Quénia estão a trabalhar em comunidades rurais carenciadas de três distritos da Província da Costa no Quénia para ajudar os profissionais de saúde pública a prestar melhores cuidados às mães e crianças pequenas. O projeto Mama Na Mtoto - mãe e filho em suaíli- oferece formação comunitária a parteiras, enfermeiros e outros profissionais de saúde em 10 centros de saúde locais nos distritos de Kwale, Kinango e Msambweni. Quase três quartos dos habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza. A AKU está a executar o componente de investigação operacional do projeto, que ajudará a melhorar a compreensão das necessidades ao nível da saúde materno-infantil nestas e noutras comunidades rurais. Um estudo, liderado pelo Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da AKU, na África Oriental, procura entender a razão por que muitas mulheres preferem fazer o parto em casa, e não nas unidades de saúde mais próximas. Uma descoberta inicial permite perceber que, apesar de a distância ser um fator importante, por vezes a principal razão para não utilizarem os serviços de saúde é cultural. "Muitas culturas têm a tradição de enterrar a placenta após o parto", observou o Dr. Amyn Lakhani, diretor do Departamento de Saúde Comunitária dos AKHS no Quénia. “As unidades de saúde do governo não fazem isso. Em vez disso, deitam fora o órgão, criando desconforto entre as pessoas que sentem não ter sido dado o devido respeito à placenta do seu bebé." Enquanto isso, um estudo verbal acerca de autópsias levado a cabo pela Escola de Enfermagem e Obstetrícia da AKU, na África Oriental, visa recolher informações fiáveis acerca das causas da mortalidade materno-infantil, perguntando aos familiares e cuidadores que sinais e sintomas precederam a morte. Os resultados de ambos os estudos serão partilhados com o governo provincial como parte da defesa a favor de reformas apropriadas.