“Apoiamo-nos uns aos outros e isso tem ajudado a ficarmos mais fortes”, disse Saidrahmonova. “Vamos vender juntos, negociamos entre nós e discutimos com o comprador.”

AKDN

O Thrive Tajikistan é um programa apoiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e pela Fundação Aga Khan (AKF). O programa ajuda as populações a melhorar a sua qualidade de vida através do apoio aos agricultores, da criação de pequenos negócios, do aumento do acesso a serviços financeiros e do fortalecimento da administração local.


O programa já tinha ajudado Saidrahmonova a iniciar um modelo comunitário de financiamento para a saúde na sua aldeia. Em 2019, numa altura em que a Thrive Tajikistan trabalhava com agricultores na criação de 19 grupos de produtores em Khatlon, Saidrahmonova foi eleita a responsável pelo grupo de produtores de batata da sua aldeia, que incluía 13 mulheres e seis homens.


Mais tarde, os 19 grupos de produtores reuniram-se para formar quatro agregados nos distritos de Shahrituz, Quobodiyon, Panj e Farkhor. A abordagem de agregação permite aos grupos de produtores trabalharem e aprenderem uns com os outros. Saidrahmonova tornou-se a única mulher a liderar um dos agregados de produtores de batata, que incluía mais de 100 agricultores.


Aumentar a colheita de batata durante a adaptação a uma pandemia


Durante o processo de melhoria das colheitas, os quatro agregados de produtores de batata identificaram a falta de sementes de batata de alta qualidade como sendo o seu principal obstáculo. A AKF colaborou com os agregados para comprar sementes de batata certificadas e distribuí-las pelos mais de 370 produtores de batata dos quatro agregados. A AKF criou também terrenos de demonstração para que cada agregado ajudasse os agricultores a familiarizarem-se com a nova tecnologia, a compreender o uso adequado de fertilizantes e pesticidas e a testar a adaptabilidade das variedades de sementes de batata de alto rendimento.


Os agricultores haviam planeado colher as batatas das sementes de alta qualidade em Abril de 2020, mas nesse mês, a região de Khatlon enfrentou condições climatéricas de extremo frio, pela primeira vez em 26 anos. Os agricultores tiveram ainda de se adaptar a um ambiente alterado por culpa da pandemia da COVID-19. Apesar de tudo isto, os produtores não desistiram. Reuniram-se, partilharam conhecimentos e decidiram, em conjunto, adiar a colheita para o início de Junho. Puderam continuar a trabalhar utilizando máscaras para reduzir a propagação do coronavírus.


Quando as batatas foram apanhadas em Junho, a colheita rendeu aproximadamente 1430 toneladas métricas de batata. Esta produtividade foi cerca de 15 a 20 por cento mais alta do que nos anos anteriores e resultou num aumento de rendimentos para os agricultores e na melhoria da segurança alimentar para a região.


Saidrahmonova superou as suas expectativas para a colheita da batata. “Da colheita do ano passado, apenas uma quantidade muito pequena era de alta qualidade”, disse. “Este ano, todas as nossas batatas eram de alta qualidade e as pessoas gostaram muito delas.”