Por Príncipe Rahim Aga Khan, Índia · 29 julho 2024 · 4 Min
Bismillah-ir-rahman-i-rahim
Honorável Ministro do Turismo e da Cultura da Índia,
Diretor-Geral do Observatório Arqueológico da Índia,
Excelências,
Ilustres Convidados,
Senhoras e Senhores,
É um prazer estar convosco aqui esta noite.
Este nosso encontro celebra a conclusão de um iniciativa lançada em 1997, por ocasião do 50.º aniversário da independência da Índia, em que Sua Alteza o Aga Khan doou à nação e à sua capital o restauro dos jardins do Túmulo de Humayun.
Começou assim mais um capítulo de uma longa história partilhada, outra gratificante colaboração com o povo e o governo da Índia.
O Museu do Túmulo de Humayun - Património Mundial da Humanidade, que foi hoje inaugurado, representa uma concretização muito para além de um edifício concebido com sensibilidade pela sua paisagem envolvente, os seus artefactos e as suas exposições, e a sua oferta intelectual. Assinala a conclusão da Iniciativa de Renovação Urbana de Nizamuddin, um modelo de parceria público-privada.
Na viragem do milénio, Sua Alteza o Aga Khan começou a imaginar toda esta área como um conjunto cultural coerente numa paisagem com cerca de 121 hectares. Para essa ambição era fundamental a vontade de melhorar a qualidade de vida dos residentes do Basti de Hazrat Nizamuddin e de revitalizar as tradições artesanais e artísticas em risco de desaparecer.
Para além do restauro do icónico Túmulo, dos seus jardins e de outros 60 monumentos – 20 dos quais estão na lista de Patrimónios Mundiais da Humanidade da UNESCO – a Iniciativa criou o Viveiro de Sunder, com uma área de cerca de 36 hectares, modernizou os espaços públicos ao ar livre, melhorou as instalações escolares e de saúde, implementou programas de educação e saúde, saneamento público, sistemas de gestão de água e resíduos, e patrocinou o renascimento cultural através de festivais, concertos e atuações.
Há mais de duas décadas que o Fundo Aga Khan para a Cultura tem a honra de trabalhar em conjunto com o Observatório Arqueológico da Índia, o Departamento Central de Obras Públicas, a Corporação Municipal de Deli, parceiros empresariais e filantrópicos, doadores internacionais, agências irmãs da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento e, o mais importante, com os cidadãos de Deli e os residentes de Nizamuddin.
Em conjunto, temo-nos esforçado por mostrar ao mundo um exemplo de revitalização urbana ponderada e colaborativa.
Os museus e marcos históricos preservam e revelam a história da humanidade. Intrinsecamente, são lugares que promovem os vínculos entre pessoas, à medida que exploramos o nosso intrincado passado coletivo e consideramos as formas de moldar um futuro melhor e unificado de forma colaborativa.
O Museu serve, por isso, como um elo, não apenas unindo o Túmulo de Humayun ao Viveiro de Sunder, mas também preenchendo a lacuna entre a história e o presente.
Integrado na paisagem e discretamente dissimulado sobre jardins e fontes que rodeiam os mausoléus elegantemente construídos, o Museu irá melhorar a experiência de milhões de turistas nacionais e internacionais que visitam a zona do Património Mundial da Humanidade. Dentro das suas muralhas, a história da vida, das viagens e do legado de Humayun ganham vida.
O impacto deste património vem do seu compromisso com o pluralismo, o qual se reflete na diversidade da arquitetura, literatura e tradições que reuniram diversas influências.
Para possibilitar uma compreensão mais profunda da arquitetura e das tradições artesanais de construção ao longo dos séculos, o Museu irá dar a conhecer o desenvolvimento da zona de Nizamuddin ao longo de um milénio. Durante este processo, irá dar destaque às tradições pluralistas que têm definido a cultura hindustani ao longo de pelo menos cinco séculos.
O Museu não poderia ter sido concretizado sem o apoio do Ministério do Turismo e da Havells. As suas exposições foram financiadas em parte pelo Fundo de Embaixadores dos Estados Unidos, pela Embaixada da República Federal da Alemanha e pela Fundação Avanee. O Fundo Saluja disponibilizou o financiamento necessário para o auditório do Museu. Estamos todos muito gratos por estas generosas contribuições.
O Museu é parte integrante da longa e próspera história de colaboração que a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento e as instituições sob a direção do Ismaili Imamat têm vindo a construir ao longo de muitas décadas com organizações públicas e privadas e com a sociedade civil em toda a Índia, para benefício de todos.
Sei que Sua Alteza o Aga Khan irá ficar encantado com o facto de o Museu reunir cerca de 700 artefactos do Museu Nacional e do Observatório Arqueológico da Índia, alguns dos quais remontam ao século XII. Em conjunto, contam uma história importante daquela época e deste lugar.
Concluo citando Sua Alteza:
“Ao caminharmos por este lugar, sentimos uma profunda sensação de ligação com aqueles que caminharam por jardins semelhantes há séculos. E ao renovar a nossa ligação com o passado, também podemos ligar-nos de forma mais eficaz uns com os outros – e mesmo com aqueles que irão percorrer estes caminhos no futuro. “
Obrigado.