O Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED) trabalha com governos, corporações internacionais, instituições financeiras internacionais e doadores para criar soluções para as necessidades urgentes ao nível das infraestruturas, incluindo a produção de energia e as telecomunicações. O AKFED é o gestor e investidor de mais de 30 empresas de projetos industriais em África e na Ásia.
No início da década de 1960, a AKDN criou um grupo de empresas sob a designação corporativa de Serviços de Promoção Industrial (IPS). Cada empresa foi criada para providenciar capital de risco, assistência técnica e apoio administrativo com vista ao estímulo e expansão da iniciativa privada em países da África Subsaariana e da Ásia Meridional. Após o crescimento, a privatização e uma reorientação de afastamento da substituição de importações e de aproximação à promoção das exportações, nós ajustámos a nossa abordagem.
Na África Subsaariana, os IPS expandiram-se para áreas como o agronegócio, a produção de embalagens, produtos farmacêuticos e infraestruturas. Fizemos novos investimentos nas economias emergentes da Ásia Central nas décadas de 1990 e 2000, especialmente no Tajiquistão e no Afeganistão. Hoje, as empresas IPS desempenham um papel vital nas economias locais e regionais.
Um dos principais sectores operacionais dos IPS, o agroprocessamento, inclui empresas que fornecem produtos para os mercados locais, regionais e de exportação, desempenhando um papel significativo no apoio à economia rural. No Quénia, por exemplo, a Frigoken Limited agrega milhares de pequenos agricultores na sua cadeia de valor. Oferece-lhes um mercado garantido para os seus produtos, principalmente o feijão-verde; matérias-primas agrícolas a crédito sem juros; e serviços continuados de ampliação agrícola. Os grãos são processados e exportados para mercados europeus.
Na África Ocidental, oferecemos serviços de ampliação agrícola a mais de 75 000 produtores de algodão, operamos descaroçadores de algodão e exportamos o produto acabado. Os nossos programas sociais oferecem serviços de microfinanciamento, educação, saúde e saneamento aos agricultores. Para além de promoverem o emprego feminino, estas empresas de projeto IPS tornaram-se modelos nacionais ao nível do bem-estar dos funcionários, incluindo a disponibilização de creches e serviços de saúde para os funcionários.
A empresa Frigoken, criada como um projeto da AKDN, é o maior exportador de feijão-verde processado do Quénia, e procura proporcionar um futuro melhor aos pequenos agricultores do país. A empresa emprega mais de 3 000 pessoas, a maioria mulheres.
AKDN / Lucas Cuervo Moura
Energia
O primeiro investimento do AKFED, levado a cabo pelos IPS, foi o projeto Azito Energie no valor de 225 milhões de dólares na Costa do Marfim em 1999. Esta era, à época, a maior central elétrica do sector privado na África Subsaariana. Atualmente, é responsável pela geração de 30% das necessidades energéticas do país.
A nossa visão de longo prazo para a eletrificação passar por marcar uma presença regional na Ásia Central para podermos fornecer cobertura às partes mais remotas através do uso de energias renováveis. Em 2002, formámos a Pamir Energy após assinarmos um contrato de concessão de 25 anos com o governo do Tajiquistão para a gestão operacional de todas as unidades de geração, transmissão e distribuição de energia da região de Viloyati Mukhtori Kuhistoni Badakhshon (VMKB).
Até ao momento, a Pamir Energy já investiu mais de 200 milhões de dólares e expandiu a cobertura de 18% para 96% da população. Até 2023, toda a região estará eletrificada. Para mais informações, consulte Pamir Energy.
A Pamir Energy também apoiou a instalação de redes de distribuição nos distritos fronteiriços do norte do Afeganistão, fornecendo eletricidade a 50 000 pessoas. Isto abriu o caminho para o AKFED replicar o modelo da Pamir Energy noutras partes da região, como o Afeganistão. Em 2019, foi criada a Badakhshon Energy Company (BEC) através de uma parceria público-privada. O seu objetivo é investir mais de 600 milhões de dólares em infraestruturas de energia renovável e fornecer energia a cerca de 500 000 pessoas ao longo dos próximos 10 anos.
O principal investimento dos IPS em matéria de infraestruturas na África Oriental é a central hidroelétrica de Bujagali, no valor de 900 milhões de dólares, localizada no Rio Nilo - uma central a fio d'água que reutiliza a água usada na geração de energia em projetos a montante. A 250MW Bujagali, provavelmente a maior central hidroelétrica de financiamento privado da África Subsaariana, ficou concluída em meados de 2012. Aumentou a capacidade efetiva de geração de energia do Uganda em cerca de 50 por cento e eliminou os tradicionais apagões que vinham condicionando a economia há muitos anos.
Telecomunicações
O nosso envolvimento inicial na construção de infraestruturas de telecomunicações foi através da Indigo, mais tarde rebatizada como “Tcell”, uma operadora de telecomunicações móveis GSM do Tajiquistão. No Afeganistão, o AKFED determinou que a construção de uma infraestrutura de comunicação era extremamente importante para o redesenvolvimento do país. Recebemos a segunda licença de telecomunicações móveis GSM do país, e criámos a empresa Roshan. Em conjunto, estas empresas investiram 1,2 mil milhões de dólares em infraestruturas e contribuíram com 1,1 mil milhões de dólares em impostos governamentais. Possuem uma base ativa de assinantes de oito milhões de pessoas, e empregam mais de 1000 pessoas diretamente e 40 000 indiretamente.
As empresas estão hoje na transição de líderes nas telecomunicações móveis para prestadoras de soluções digitais baseadas em dados. Estão a investir em tecnologia de fibra ótica e 4G para dar resposta à crescente procura por internet na região.
O AKFED, através dos IPS, também investiu na SEACOM, a primeira operadora de cabos submarinos a instalar redes de cabos de fibra ótica que ligam África à Índia, ao Médio Oriente e à Europa. De lá para cá, a empresa tem contribuído fortemente para efetivar uma mudança no panorama das TIC em África, aumentando significativamente a disponibilidade de banda larga internacional a custos muito mais baixos. A SEACOM é financiada por recursos privados e mais de três quartos são de propriedade africana.