Alcançar a neutralidade carbónica

Como as nossas operações em saúde estão a reduzir as emissões de carbono e a poupar milhares de euros

AKDN / Lucas Cuervo Moura

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A central solar de 400 KW do Hospital Provincial de Bamyan, no Afeganistão, fornece a maior parte do …

AKDN / Sameer Dossa

Inspirar as crianças através da natureza

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Crianças são vacinadas no norte do Paquistão no âmbito do projeto Hayat, que usa uma aplicação móvel que ajuda a monitorizar os serviços de saúde prestados pelos trabalhadores no terreno. A Hayat é uma aplicação móvel de saúde e um portal web desenvolvido pela Universidade Aga Khan.

AKU

Prestação de Serviços de Saúde


A abordagem global dos AKHS aos cuidados de saúde inteligentes a nível climático e amigos do ambiente é baseada em:



  • Dar destaque à promoção da saúde, prevenção de doenças e cuidados primários de saúde. O objetivo é evitar, em primeiro lugar, que as pessoas adoeçam, o que, por sua vez, previne a necessidade de viagens, diagnósticos e intervenções médicas - todas com alto custo para os pacientes e para o ambiente.

  • Usar as tecnologias para ajudar os pacientes a receber informações e cuidados perto de casa. Os AKHS usam e planeiam investir ainda mais em soluções digitais de saúde, consultas por telefone e telemedicina para apoiar diagnósticos e consultas a distância. Isto, por sua vez, irá limitar as necessidades de viagens, mas também permitirá uma deteção e resolução mais rápidas de problemas de saúde - algo que é bom tanto para o ambiente como para os pacientes. Conheça melhor o Centro de Recursos de Saúde Digital da AKDN.

  • Usar abordagens baseadas em evidências orientadas para as necessidades de saúde da população. A filosofia desta abordagem passa por minimizar consultas, intervenções e tratamentos desnecessários.



    A arquitetura de baixo impacto em taipa do Hospital em Bamyan foi projetada para ser não apenas culturalmente sensível à área circundante como também amiga do clima, durável e resistente a sismos.

    AKHS

    Instalações


    Todas as novas instalações foram projetadas para cumprir os melhores padrões ambientais possíveis. Os AKHS estão igualmente a reformar instalações mais antigas - com ênfase na redução das emissões de carbono, poluição do ar, consumo de energia e água. Os AKHS estão também a levar em conta os preparativos e adaptações a situações climáticas mais severas resultantes de alterações no clima.


    Os nossos arquitetos e engenheiros têm uma longa tradição de colaborações na construção de edifícios que protejam contra as condições climatéricas mais adversas e façam um bom aproveitamento da luz e ventilação naturais. Por sua vez, todos estes recursos reduzem a necessidade de gastos energéticos em aquecimento, refrigeração e iluminação. Os novos edifícios visam corresponder aos requisitos da certificação de Excelência em Design para uma Maior Eficiência ou “EDGE”.


    A eficiência energética é um critério de todos os principais equipamentos. Entre os outros critérios permanentemente preconizados encontram-se melhores soluções energéticas para equipamentos e acessórios e para o consumo de eletricidade e água. Normalmente, os hospitais dos AKHS usam LED e iluminação ativada por sensores, torneiras e sanitas com uso eficiente de água, e equipamentos e aparelhos com classificação Energy Star.


    Para projetos mais recentes, sempre que o espaço permitir, os engenheiros instalam mecanismos de recolha de águas pluviais para aproveitar ao máximo a precipitação. A água tratada é também frequentemente usada nos autoclismos e na irrigação dos terrenos. Algumas instalações possuem unidades de osmose inversa para produzir água potável da mais alta qualidade localmente - evitando a necessidade do transporte de água potável, processo que tem um alto custo para o ambiente. Existem planos para ir instalando gradualmente estes elementos em todos os espaços. Sempre que possível, e geralmente em projetos de maior dimensão, o calor produzido por geradores e outros equipamentos é tido em conta para o aquecimento de água e também para aquecimento complementar.


    Centro Médico Aga Khan em Gilguite, Paquistão.

    AKDN / Christopher Wilton-Steer

    Desde a experiência em Bamyan, todas as instalações dos AKHS têm explorado e procurado utilizar o máximo de energia solar possível. Os projetos mais recentes incluem a readaptação de uma antiga unidade no Centro Aga Khan de Saúde Abrangente em Singal, no norte do Paquistão, e no Centro Aga Khan de Saúde de Proximidade em Kuze, Mombaça. Os projetos de expansão propostos para o Centro Médico Aga Khan de Gilguite, no Paquistão, e para o Hospital Aga Khan de Kisumu, no Quénia, também incluem energia solar. Os planos atuais incluem igualmente a instalação de um sistema de energia solar de 40 KW no Centro Médico Aga Khan de Mwanza, na Tanzânia, e de um sistema semelhante no Centro Médico Aga Khan de Salamieh, na Síria. Para estes projetos, as estimativas para as necessidades de cobertura de energia solar variam entre os 40% e os 90%, com as projeções para a recuperação do investimento a situarem-se entre os cinco e os oito anos. No futuro, os AKHS esperam obter resultados ainda melhores, à medida que o preço das unidades solares for baixando e a tecnologia for melhorando. Em áreas com menor luz solar, como o norte do Paquistão, os AKHS estão a explorar protótipos de energia geotérmica.


    Os AKHS ganharam dois prémios pelos seus projetos de energia solar, o prémio do Fundo para o Ambiente do Príncipe Sadruddin Aga Khan pelo Centro de Saúde em Singal, no norte do Paquistão, e o prémio Access 2 Energy (A2E) pelo Centro Médico de Mwanza.


    Em 2019, os AKHS começaram a identificar os tipos e volumes de gases anestésicos que estavam a usar durante as cirurgias. Deixaram de usar o gás de efeito de estufa mais potente, o Desflurano, e escolheram alternativas melhores sempre que possível.

    AKDN / Kamran Beyg

    Anestésicos

    Muitos anestésicos são conhecidos por contribuir significativamente para a pegada de carbono criada pelo sistema de saúde. Para além de serem poderosos gases de efeito de estufa, alguns gases anestésicos são também substâncias que enfraquecem a camada de ozono, sendo por isso responsáveis pelo cancro de pele. Como consequência, estamos a procurar formas de reduzir as emissões resultantes destes produtos.


    Em 2019, começámos a identificar os tipos e volumes de gases que estávamos a usar e a escolher alternativas melhores sempre que possível. Como resultado, as unidades de saúde dos AKHS deixaram de usar o gás de efeito de estufa mais potente, o desflurano. No entanto, continuam a ser usados o isoflurano, halotano, sevoflurano e óxido nitroso, que também são problemáticos do ponto de vista do aquecimento global e, em alguns casos, da destruição da camada do ozono.


    A equipa dos AKHS está a trabalhar ativamente na redução do impacto destes gases através das seguintes medidas:



    • sempre que possível, escolher alternativas com baixo carbono e mais amigas de ozono em detrimento de gases com alto teor de carbono ou enfraquecedores da camada do ozono;

    • explorar a redução do óxido nitroso e a sua substituição durante as cirurgias por oxigénio ou ar medicinal;

    • aumentar o uso de anestesia de baixo fluxo para reduzir os volumes usados ao nível de todos os gases;

    • usar alternativas aos gases fluorados, como a anestesia intravenosa; e

    • capturar e reutilizar gases anestésicos, sempre que possível.


    Nas várias situações, os AKHS estão a avaliar formas de usar estes gases com prudência e a experimentarem novas técnicas que reduzam o consumo, sem comprometer a segurança. Em muitos casos (mas não em todos), estas alterações levarão igualmente a uma redução dos custos.


    Um grupo de anestesistas dos AKHS tem estado a trabalhar na implementação de mudanças e na partilha por toda a rede do conhecimento adquirido. Os AKHS procuram igualmente oportunidades para partilhar informações acerca da pegada de carbono e das propriedades enfraquecedoras da camada do ozono dos gases anestésicos junto de anestesistas do sector público e privado, com o objetivo de influenciar as melhores práticas de um modo mais global.


    Os impactos relativos dos gases anestésicos são apresentados na tabela abaixo. O Potencial de Destruição da Camada do Ozono (ODP) de cada gás é comparado com a substância destruidora da camada do ozono mais comum, o CFC-11; ao passo que o Potencial de Aquecimento Global (GWP) é apresentado em relação ao gás de efeito de estufa mais comum, o dióxido de carbono.