Escolas2030

A AKF está a liderar o programa Escola2030, uma iniciativa global decenal de investigação de ação participativa e melhoria da aprendizagem que abrange 1000 escolas públicas de 10 países, incluindo Portugal. Utilizando os princípios do design centrado no ser humano e concentrando-se nos principais anos de transição aos cinco, dez e quinze anos de idade, o programa Escolas2030 procura anualmente gerar 1000 soluções educacionais de âmbito local que possam servir de base e transformar abordagens ao nível dos sistemas de educação com vista a melhorar os resultados de aprendizagem holística de todos os alunos. A iniciativa inclui igualmente o desenvolvimento da primeira infância através de um grupo de estudo para o ensino pré-primário e intervenções com o intuito de equipar os jovens com competências empregáveis.

O objetivo de Portugal passa por incluir 100 agrupamentos escolares. Estamos a começar pelos territórios mais vulneráveis entre aqueles em que trabalhamos e onde existem altas taxas de abandono escolar precoce, retenção e exclusão social.

Saiba mais

Secundário para Todos

Este programa foi concebido pelo Departamento de Educação e Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa e pelas escolas para prevenir a retenção e o abandono escolar precoce. A AKF foi convidada a gerir várias intervenções integradas no âmbito deste programa, as quais foram propostas pelos próprios agrupamentos escolares. É o único programa municipal do país com a ambição de se tornar uma política pública.

Apoiámos o Programa Nacional de Educação Artística e Estética em escolas públicas de todo o país entre 2013 e 2019. Este programa promove as artes e a cultura nas escolas para incutir nas crianças, professores e famílias o gosto pela arte e cultura. Abrangeu 109 agrupamentos escolares e 19 171 alunos. Desde 2019 que apoiamos o projeto-piloto Programa Cultural Escolar que visa criar um modelo que possa ser usado a nível nacional. Durante o ano de 2020, este projeto chegou a 1218 alunos e 590 profissionais.

Educação Intercultural

A Rede de Escolas para a Educação Intercultural (REEI) apoia a partilha de práticas de educação intercultural entre 47 agrupamentos escolares (279 estabelecimentos de ensino públicos, privados ou cooperativos). Promove o respeito pelas diferenças e as interações positivas entre os alunos e outros membros da comunidade educacional, independentemente do contexto cultural. É uma iniciativa nacional liderada em conjunto pela Direção-Geral da Educação (DGE), pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM) e pela AKF. Desde 2016, já trabalhámos com 18 agrupamentos escolares na Grande Lisboa, abrangendo por ano cerca de 3500 alunos e 33 profissionais. Em 2020, a REEI envolveu 47 agrupamentos escolares, chegando a 16 012 alunos e 2100 profissionais a nível nacional.

Os materiais resultantes deste trabalho incluem um folheto multilingue para dar a conhecer o sistema educacional e um Conjunto de Ferramentas de Igualdade e Participação que visa promover o crescimento de uma sociedade com mais diálogo e inclusão.

Está em curso a criação da Academia Aga Khan de Lisboa.

As Academias Aga Khan são uma agência lançada em 2000 por Sua Alteza o Aga Khan. Abrangem uma rede de escolas que se dedica a expandir o acesso a uma educação de um padrão internacional de excelência. Cada Academia oferece um rigoroso programa académico baseado no conceituado programa da International Baccalaureate, colocando a tónica no desenvolvimento da liderança, na ética, pluralismo e responsabilidade social. O acesso à Academia é baseado no mérito e não na capacidade financeira das famílias. Academia Aga Khan Maputo– a primeira num país de língua portuguesa – está em funcionamento desde 2013.

A AKU estabeleceu uma rede de instituições parceiras em Portugal para apoiar o seu trabalho e o das agências da Rede em torno da sua iniciativa Qualidade de Vida, com foco nas ciências da saúde, educação, culturas e ética. As áreas de colaboração incluem a investigação, formação, ensino e aprendizagem, e a mobilidade de professores, funcionários e estudantes.

Atualmente, colaboramos com a Universidade Católica Portuguesa e a Universidade NOVA em projetos académicos e de investigação e com o Hospital Curry Cabral, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e os Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em várias iniciativas.

Em 2008, a AKU assinou um acordo de colaboração académica (renovado em 2013 e 2019) com a Universidade Católica Portuguesa (CUP) para apoiar projetos em:

• enfermagem em saúde pública;


• desenvolvimento curricular;


• arquivos digitais relacionados com o Oceano Índico; e


• oportunidades de mobilidade para estudantes da CUP.

A parceria deu acesso a novos fundos, recursos, geografias e parcerias com agências da AKDN. De um modo mais geral, aumentou a visibilidade de ambas as instituições a nível local e internacional. O Instituto para o Estudo das Civilizações Muçulmanas da AKU, em colaboração com a CUP, está atualmente a desenvolver um programa de verão sobre história, património e culturas materiais para estudantes.

Em 2019, a AKU assinou um acordo de cooperação com a Universidade NOVA. As áreas de colaboração incluem:

• investigação, doutoramento e intercâmbio em medicina regenerativa;


• formação subespecializada em cirurgia cardiotorácica;


• intercâmbios de docentes e funcionários, bem como estágios de estudantes nas áreas da saúde pública e comunicação social através da iniciativa Erasmus; e


• Programa de Estágios Virtuais da AKU.

Em 2019, organizámos um simpósio internacional sobre Ciência de Células Estaminais, Medicina Regenerativa, Ética e Sociedade em conjunto com a NOVA. Reuniu especialistas internacionais de várias áreas e contextos em Lisboa para discutir as implicações da medicina regenerativa na sociedade e na cultura.

No Hospital Curry Cabral, a doação do sistema cirúrgico Da Vinci pelo Ismaili Imamat já ajudou em mais de 240 cirurgias desde o início de 2020. A equipa de ciências da saúde da AKU tem vindo a colaborar no desenvolvimento de um programa de cirurgia e transplante hepático com o Centro Hospitalar de Lisboa Central. Isto tem incluído clínicas de cancro hepático partilhadas para trocar conhecimentos e fazer a gestão conjunta de casos complexos. O hospital tem oferecido oportunidades de formação aos anestesiologistas, especialistas em cuidados intensivos e hepatologistas da AKU.

As parcerias entre a AKU e estas instituições constroem pontes entre religiões e povos diversos, usando a linguagem universal do conhecimento. Estas parcerias são uma oportunidade para abordar preocupações partilhadas, desenvolver conhecimentos essenciais, identificar as melhores práticas e interesses comuns e promover uma maior compreensão dos desafios globais que afetam o nosso mundo.

Iniciativa Portuguesa de Investigação

Através do Acordo de Instalação, o Ismaili Imamat comprometeu-se a apoiar os esforços de Portugal na melhoria da qualidade de vida através da investigação de classe mundial. Em 2016, o Imamat e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior assinaram um protocolo decenal de 10 milhões de euros. O seu objetivo passa por melhorar a qualidade de vida, principalmente em Portugal e nos países de língua portuguesa em África, através do financiamento de investigação em:

• ciências médicas;


• saúde pública;


• biodiversidade;


• habitação;


• segurança alimentar;


• redução da pobreza;


• energia sustentável; e


• pluralismo.

O governo igualou o financiamento do Imamat, o que significa um orçamento total de 20 milhões de euros. Esta iniciativa exemplifica o espírito de parceria e cooperação entre o Imamat e Portugal.

A AKDN e a agência governamental Fundação para a Ciência e a Tecnologia lançaram o primeiro convite à apresentação de propostas em 2017 para bolsas de investigação até 300 000 euros ao longo de três anos. Das 78 propostas, 74 preencheram os critérios de elegibilidade e 16 foram recomendadas para financiamento, representando uma taxa de sucesso de 20%.

A segunda apresentação de propostas ficou concluída em 2021. As 210 propostas incluíram 663 parceiros de 32 países, com 21 projetos a receberem financiamento. Estão já programadas a terceira e quarta apresentações de propostas. Um painel externo de revisão científica está a realizar um acompanhamento contínuo para garantir a correta execução dos projetos, ajudando-os a ter o impacto desejado.