Paquistão · 14 setembro 2022 · 2 Min
14 de Setembro de 2022 - À medida que o número de casos de diarreia, desidratação, infeções respiratórias, malária, dengue e problemas de pele vai aumentando nos acampamentos de saúde da Universidade Aga Khan (AKU) nas áreas da Paquistão afetadas pelas cheias, os especialistas alertam para uma propagação generalizada de doenças caso as condições de vida e as necessidades de saúde das vítimas das cheias não sejam geridas em tempo útil.
O novo período de chuvas – após os dilúvios torrenciais que têm vindo a provocar enormes cheias desde Julho e que já deixaram milhares de pessoas sem abrigo – pode não só aumentar o sofrimento das vítimas como também interromper os cuidados de saúde em curso, de acordo com a Equipa Especial de Resposta a Cheias da AKU liderada pelo Dr. Adil Haider, Reitor da Faculdade de Medicina da AKU, e pelo Dr. Shahid Shafi, presidente do Hospital da Universidade Aga Khan.
Segundo a Equipa, as principais prioridades nos trabalhos de auxílio devem ser a melhoria das condições de vida, alimentos saudáveis, água potável, unidades de saúde e controlo de mosquitos.
Outra preocupação é a saúde das grávidas. O Fundo das Nações Unidas para a População estima que existem mais de 650 000 grávidas a precisar urgentemente de cuidados de saúde materna e cujas vidas podem ser melhoradas com uma assistência oportuna.
A província de Sinde, com uma população de 50 milhões, foi a mais atingida, com “uma média nos valores de precipitação superiores em 471% à média dos últimos 30 anos”, de acordo com dados referidos pela Reuters em 1 de Setembro. Os profissionais de saúde nos acampamentos de saúde e unidades móveis estão a prestar cuidados a milhares de pessoas por dia em 18 distritos de Sinde e Baluchistão, incluindo Matiari, Thatta, Dadu, Badin, Qambar Shahdadkot, Sanghar, Naushahro Feroze, Karachi, Lasbella, Qila Abdullah, Chaman e Jafferabad.
Das 52 000 pessoas que já receberam cuidados de saúde nos acampamentos, 15 000 eram mulheres, entre as quais se incluíam 1650 grávidas e 13 000 crianças com menos de cinco anos. Mais de 3700 crianças já receberam vacinas de rotina.
A equipa especial da AKU está a trabalhar com os governos federais e provinciais, autoridades locais e parceiros para mobilizar especialistas e recursos médicos dos locais e hospitais da Universidade.
Também está a organizar sessões gratuitas de desenvolvimento de capacidades para os profissionais de saúde a trabalharem nas áreas afetadas, as quais são frequentadas por mais de 4000 participantes de todo o país.
A Universidade está a recolher fundos para apoiar os acampamentos de saúde, incluindo 6 milhões de rupias (cerca de 31 500 euros) doados por professores, funcionários e estudantes.
Este trabalho faz parte de uma resposta mais alargada da AKDN às cheias. Leia mais:
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