Genebra, Suíça, 3 de Novembro de 2025 – O Programa Aga Khan para a Música anunciou hoje os 11 vencedores dos prestigiados Prémios Aga Khan para a Música 2025, que terão lugar pela primeira vez no Reino Unido, no final deste mês.
Os Prémios distinguem indivíduos, grupos e instituições cujo trabalho sustenta e reimagina o património musical vivo moldado pelo Islão, promovendo simultaneamente o discernimento espiritual, a vitalidade da comunidade e a resiliência cultural.
Entre os laureados deste ano estão o lendário maestro de khyal Ustad Naseeruddin Saami e os distintos qawwals Warsi Brothers; A Qalali Folk Band, do Barém, que preserva a memória cultural dos mergulhadores de pérolas do país; a instrumentista de oud e vocalista da Palestina, Kamilya Jubran, pioneira da música Árabe contemporânea; e o compositor Iraniano Sahba Aminikia, fundador do Flying Carpet Festival, que leva momentos de alegria às crianças em zonas de conflito.
Para além de uma parte do montante do prémio, os vencedores dos Prémios Aga Khan para a Música beneficiam de oportunidades de desenvolvimento profissional, incluindo novas adjudicações, projetos de gravação, apoio à gestão e assistência a iniciativas educativas e de preservação. Em conformidade com a missão mais vasta do Programa Aga Khan para a Música, os Prémios visam promover o pluralismo, a tolerância, a coesão social e a compreensão global através da música.
Os vencedores serão celebrados nos dias 21 e 22 de Novembro de 2025, no Southbank Centre de Londres, numa cerimónia de entrega de prémios que faz parte de um festival de quatro dias de música do Grande Oriente, apresentado em parceria com o EFG London Jazz Festival.
Os laureados foram escolhidos por um Grande Júri independente composto por sete membros, entre um total de 400 nomeados. Do júri internacional - composto por artistas, produtores e académicos de destaque - fazem parte a cantautora do Mali Oumou Sangaré, o regente de música antiga Jordi Savall, o fundador e violinista do Kronos Quartet David Harrington, o programador e produtor de festivais com base em Mumbai Divya Bhatia, a vocalista e musicóloga Libanesa Ghada Shbeir, o especialista Iraniano em música Sasan Fatemi, e a executiva em filantropia e líder das artes globais Zeyba Rahman.
Em referência aos Prémios da Música, Sua Alteza o Aga Khan disse:
"Sinto-me honrado por levar por diante uma visão profundamente enraizada na crença do meu pai no poder da música para unir culturas e elevar o espírito humano. Os Prémios Aga Khan para a Música refletem os valores que estão no cerne da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento: o pluralismo, o diálogo intercultural e a ligação espiritual que as comunidades de todo o mundo encontram na música. Em muitas das regiões que servimos, a música é uma parte integrante da vida quotidiana, entrelaçada nos ritmos da oração, celebração, memória e identidade. Continuamos a apoiar artistas e tradições que falam não só de património, mas também de esperança."
Três laureados são reconhecidos com prémios especiais:
Tanto a linhagem musical dos Warsi como dos Saami remetem a sua herança para Amir Khusrau (1253-1325), o estimado poeta Sufista, músico e polímata visionário que moldou profundamente a história cultural do Sul da Ásia. Sendo a ele a quem se atribui a criação das tradições qawwali e khyal, Khusrau continua a ser um símbolo duradouro do pluralismo cultural. Durante mais de sete séculos, a música e a poesia dos seus discípulos serviram de força de harmonia e de ligação, ilustrando o poder da arte para unir as comunidades para além das divisões. As famílias Warsi e Saami são atualmente os principais expoentes e guardiães do legado vivo de Khusrau.
Lista completa dos vencedores dos Prémios Aga Khan para a Música 2025
Sahba Aminikia (Irão/EUA) – O compositor e inovador social Sahba Aminikia é o fundador e diretor artístico do Flying Carpet Festival, um festival multidisciplinar de artes itinerantes que reúne músicos, artistas e educadores, para criar momentos de alegria e cura para crianças Sírias, Turcas e Curdas , deslocadas pela guerra e pelo conflito. Criado em 2018, o festival está sedeado em Mardin, no Sudeste da Turquia, que recebeu dezenas de milhares dos mais de 3,7 milhões de Sírios que fugiram para a Turquia.
Mariam Bagayoko (Mali) – Cantora, bailarina e instrumentista conhecida como o “Rouxinol do Bélédougou”, Mariam Bagayoko é oriunda de uma região que fez parte do Império Bambara pré-colonial, atualmente no centro do Mali. Celebrada pela sua poderosa voz e pelo seu profundo conhecimento dos repertórios tradicionais, é também uma mestre do n'goussounbala - um grande balafon específico do Bélédougou. Através da sua orientação de mulheres e raparigas, desempenha um papel vital na manutenção das tradições musicais e de dança do Mali.
Senny Camara (Senegal) – Instrumentista de kora, cantora e compositora, Senny Camara oferece uma voz luminosa e distintamente feminina na paisagem musical do Senegal. As suas canções abordam temas como a igualdade de género, a responsabilidade ambiental e a justiça social. Cantando em várias línguas regionais e desafiando as convenções da música kora, tradicionalmente um domínio masculino, Camara liga o público em toda a África Ocidental, na sua diáspora e para além dela.
Kamilya Jubran (Palestina/França) – Uma voz pioneira na música árabe contemporânea, Kamilya Jubran baseia-se nas suas raízes palestinianas para explorar novas direções criativas e colaborações interculturais aventureiras. As suas aclamadas gravações incluem projetos com o compositor suíço Werner Hassler e a contrabaixista de jazz francesa Sarah Murcia. Como diretora artística da Zamkana, uma organização sem fins lucrativos, apoia artistas emergentes e defende a liberdade de expressão.
Farah Kaddour (Líbano) – Compositora, intérprete e académica, Farah Kaddour expandiu o potencial expressivo do buzuq, um alaúde de pescoço longo com fendas, com origens antigas no Médio Oriente. O seu trabalho criativo está intimamente ligado ao seu envolvimento com a Action for Hope, uma fundação que apoia o desenvolvimento cultural e iniciativas de ajuda humanitária a comunidades deslocadas pela guerra ou pela pobreza.
Kyriakos Kalaidzidis (Grécia) – Kyriakos Kalaidzidis, tocador de oud, compositor e académico, ilumina as profundas ligações entre as tradições musicais Islâmicas e Euro-Mediterrânicas. Como cofundador e diretor artístico do grupo En Chordais, criado em 1993, tem defendido a investigação e a interpretação da música do Levante. Através da sua liderança do projeto MediMuses, promove colaborações artísticas, de investigação e educacionais em 13 países mediterrânicos e europeus.
Hamid El Kasri (Marrocos) – Cantor, intérprete de guembri e maâlem (mestre músico) da tradição Gnawa, Hamid El Kasri dedica-se à preservação e renovação do património musical de Marrocos. Reconhecido pela sua voz poderosa e pelas suas atuações carismáticas, também estabeleceu colaborações aventureiras com artistas internacionais, incluindo o pianista austríaco Joe Zawinul, o grupo de fusão de jazz Snarky Puppy, de Brooklyn, e o músico britânico de fusão de jazz Jacob Collier, com quem atuou nos BBC Proms.
Qalali Folk Band (Barém) – Fundada há mais de um século, a Qalali Folk Band dedica-se a interpretar e a preservar o rico património musical marítimo do Barém. O conjunto é conhecido pelas suas interpretações de sawt - um género musical urbano popular - e fijri, a música tradicional dos mergulhadores de pérolas do Barém, que foi inscrita na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO em 2021.
Ustad Naseeruddin Saami (Paquistão) – Um portador da gharana de Deli (linhagem hereditária) da música Hindustani, Ustad Naseeruddin Saami traça a sua linhagem artística até Amir Khusrau. Reverenciado pelo seu domínio do khyal - a arte da improvisação melódica no âmbito do raga (melodia) e do tala (ritmo) - dirige com os seus quatro filhos um grupo qawwali de renome, que preserva e reinterpreta a herança poética, musical e espiritual de Khusrau.
Derya Türkan (Turquia) – Tocador de kemençe clássico, compositor e professor, Derya Türkan levou a música clássica e popular Turca a públicos de todo o mundo. Conhecido por misturar as tradições Turcas com o jazz e as expressões clássicas europeias, colaborou com uma vasta gama de artistas do Oriente e do Ocidente. Türkan também contribuiu para inúmeras bandas sonoras de filmes, incluindo para o filme Argo, vencedor de um Óscar da Academia.
Naseer e Nazeer Ahmed Khan Warsi (Índia) – Expoentes principais do qawwali, a música Sufista de devoção do Sul da Ásia, os irmãos Naseer e Nazeer Warsi pertencem a uma linhagem familiar que remonta aos Qawaal Bachhey (filhos do qawwali) - os cantores e músicos formados por Amir Khusrau (1253-1325), o fundador do qawwali. Guardiões devotos do serviço do santuário e do repertório clássico de Khusrau, continuam a levar o legado musical e espiritual de Khusrau a públicos de toda a Índia e do mundo.
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Biografias detalhadas de cada vencedor aqui
Prémios Aga Khan para a Música
Os Prémios da Música foram instituídos em 2018 por Sua Alteza o falecido Príncipe Karim Aga Khan IV e pelo seu irmão, o Príncipe Amyn Aga Khan. Distinguem feitos excecionais em diversas culturas musicais moldadas pelo Islão e reconhecem indivíduos, grupos e instituições cujo trabalho sustenta e reinventa as tradições musicais, promovendo simultaneamente o discernimento espiritual, a coesão social e a resiliência cultural. Os Prémios são geridos por um Comité Diretivo copresidido por Sua Alteza o Príncipe Rahim Aga Khan V e pelo seu tio, o Príncipe Amyn Aga Khan, e estão abertos a indivíduos, grupos e organizações sem distinção de género, geografia, religião ou nacionalidade.
Programa Aga Khan para a Música
Fundado em 2000, o Programa Aga Khan para a Música (AKMP) valida, apoia e reforça o papel fundamental da música e dos músicos nas sociedades moldadas pelo Islão. Trabalhando com comunidades artísticas em toda a Ásia Central, Médio Oriente, Norte de África, Europa, Sul da Ásia e África Ocidental, o AKMP celebra a música como uma expressão vital da espiritualidade humana e um poderoso meio de fomentar a tolerância, a curiosidade e o pluralismo. Ao mesmo tempo que homenageia e sustenta as formas tradicionais de ensino e execução da música, o AKMP também defende projetos contemporâneos de artistas cujas criações são inspiradas - mas não limitadas - pela tradição. Através de uma rede global de representantes artísticos e instituições educativas, o Programa da Música leva os seus projetos e espetáculos a públicos de todo o mundo. Para além das suas produções internacionais, o AKMP gere escolas de música e centros de desenvolvimento educativo no Egito, no Quirguistão, no Paquistão e no Tajiquistão, reimaginando o modelo tradicional de mestre-aprendiz para a era moderna e proporcionando a jovens músicos excepcionais oportunidades de aprendizagem e de desempenho.
Agora na sua 33.ª edição, o EFG London Jazz Festival terá lugar de 14 a 23 de Novembro de 2025. Ao longo de 10 dias e noites, músicos de todo o mundo reunir-se-ão em Londres para uma celebração internacional da música, apresentando atuações que ultrapassam os limites e iluminam o jazz e a sua influência em todos os géneros e culturas. O jazz transcende as fronteiras, tecendo diversas tradições musicais e unindo comunidades através da linguagem universal da música.
Rede Aga Khan para o Desenvolvimento
A Rede Aga Khan para o Desenvolvimento é um grupo de agências de desenvolvimento privadas e não confessionais, dedicadas a melhorar a qualidade de vida das pessoas necessitadas, principalmente na Ásia e em África, independentemente da sua origem, fé ou género. A sua abordagem de desenvolvimento multifacetada visa ajudar as comunidades e os indivíduos a tornarem-se autossuficientes.
Detalhes do Evento
Prémios Aga Khan para a Música 2025
20-23 Novembro de 2025
Southbank Centre, Londres, Reino Unido
Em colaboração com o EFG London Jazz Festival