Bishkek, República do Quirguistão, 15 de Setembro de 2025 – Sete projetos de arquitetura que protegem as comunidades dos riscos climáticos, preservam o património cultural e criam habitações a preços acessíveis foram homenageados esta noite na cerimónia de entrega do Prémio Aga Khan para a Arquitetura no Salão da Filarmónica Nacional do Quirguistão. Sua Alteza o Aga Khan juntou-se a Sua Excelência Adylbek Kasymaliev, Presidente do Conselho de Ministros da República do Quirguistão, para presidir à cerimónia.

Os projetos vencedores, que partilharam um prémio de 1 milhão de dólares, demonstraram o poder da arquitetura na abordagem a alguns dos desafios mais prementes da humanidade.

Os projetos incluem casas de bambu resistentes a inundações que podem ser deslocadas quando os rios mudam de direção; uma recuperação progressiva do património urbano liderada pela comunidade; e um centro comunitário que transforma ruínas abandonadas de uma companhia petrolífera num espaço público dinâmico.

Os ilustres galardoados juntaram-se a representantes nacionais, especialistas em arquitetura, ao Comité Diretivo e ao Grande Júri do Prémio, e a outros dignitários para celebrar este evento, que marca o encerramento do 16º ciclo trienal do Prémio. Uma série de eventos realizados esta semana em Bishkek reuniu arquitetos, designers, decisores políticos e líderes comunitários para celebrar o potencial transformador da arquitetura e do planeamento urbano para melhorar o mundo.

Criado por Sua Alteza o falecido Príncipe Karim Aga Khan IV, em 1977, o Prémio Aga Khan é único entre os prémios de arquitetura. Destaca projetos que não só demonstram excelência de design, mas também melhoram a qualidade de vida, e têm em consideração as contribuições dos municípios, construtores, clientes, mestres artesãos e engenheiros, a par dos arquitetos.

Desde a sua criação, o Prémio já reconheceu mais de 130 projetos em todo o mundo, influenciando o discurso global sobre arquitetura no mundo Muçulmano e não só.

No seu discurso aos convidados, o Presidente Kasymaliev elogiou a natureza distintiva deste prémio de arquitetura, dizendo que "ao contrário de muitos outros, o Prémio Aga Khan celebra os edifícios não só pela sua beleza ou forma, mas também pelo seu impacto na sociedade, pelo seu papel na preservação do património cultural e pelo seu significado no desenvolvimento da comunidade. Este Prémio demonstra claramente que a arquitetura não é uma exibição de riqueza, mas uma necessidade e uma responsabilidade para com as gerações futuras".

Este Prémio, com um significado especial para a comunidade global, tem sido, ao longo de quase meio século, não só um reconhecimento de projetos arquitetónicos excecionais, mas também um símbolo do humanismo, da diversidade cultural e da procura de harmonia entre as pessoas e a Natureza.” Leia o discurso do Presidente Kasymaliev.

Sua Alteza o Aga Khan explicou a importância deste projeto: “Atualmente, com o clima mais volátil do que nunca, os arquitetos têm uma grande responsabilidade, e uma oportunidade, de usar a sua criatividade para desenhar edifícios que atenuem essa volatilidade e nos protejam a todos - e especialmente os mais vulneráveis - dos riscos climáticos. Essa qualidade - a flexibilidade perante o inesperado - esteve no centro das preocupações do Júri, neste ciclo do Prémio.”

Para além da justiça ambiental, o ambiente construído está bem colocado para ajudar a resolver questões de justiça social, explicou Sua Alteza no seu discurso: “Não é exagero dizer que a acessibilidade da nossa habitação, a facilidade de acesso a espaços verdes, a educação, a saúde e o património cultural dependem da criatividade dos nossos arquitetos e da sabedoria dos nossos urbanistas.”

Os edifícios, acrescentou, têm o poder de elevar o nível de vida, inspirar admiração e resolver problemas para as gerações vindouras. “A grande arquitetura”, continuou, “tem o poder de responder diretamente aos mais prementes desafios de desenvolvimento, e de criar o mundo inclusivo, seguro e digno que queremos para todos.” Leia o discurso de Sua Alteza o Aga Khan.

No início do dia, Sua Alteza encontrou-se com o Presidente Kasymaliev para discutir as relações de longa data entre a AKDN e a República do Quirguistão. Participaram igualmente numa cerimónia especial de obliteração de selos, durante a qual os serviços postais do Quirguistão emitiram um selo postal especialmente concebido para comemorar a cerimónia de entrega do Prémio deste ano em Bishkek.

A cerimónia coincidiu com o 25.º aniversário do acordo de cooperação da AKDN com a República do Quirguistão, uma parceria que deu origem a contribuições significativas para a qualidade de vida das comunidades do país e de toda a região. Entre estas contam-se o campus principal da Universidade da Ásia Central, em Naryn; a Escola Aga Khan, em Osh; a Primeira Empresa de Microfinanças; o Banco de Crédito ao Investimento do Quirguistão; o Centro Médico e de Diagnóstico, em Naryn; iniciativas de desenvolvimento que apoiam mais de 520 000 pessoas em Osh, Jalal-Abad, Batken e Naryn; e educação musical e artística.

Sobre o Prémio Aga Khan para a Arquitetura

Criado em 1977 por Sua Alteza o falecido Príncipe Karim Aga Khan IV, o Prémio reconhece a excelência arquitetónica em projetos que melhoram a qualidade de vida, particularmente em sociedades com populações Muçulmanas significativas. O Prémio tem em conta as contribuições de todas as partes interessadas - desde os arquitetos aos artesãos - na formação do ambiente construído. Os projetos vencedores do ciclo de 2025 partilharão um prémio total de 1 milhão de dólares, um dos maiores neste domínio. Os sete vencedores deste ano foram selecionados por um Grande Júri independente a partir de uma lista restrita de 19 projetos.

Para mais informações, contactar, por favor:

Nadia Siméon, Diretora-Adjunta, Prémio Aga Khan para a Arquitetura
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