Genebra, Suíça, 5 de Junho de 2025 – O Prémio Aga Khan para a Arquitetura (AKAA) anunciou hoje a lista de 19 projetos para o Ciclo de 2025. Os projetos vão competir por uma parte do prémio de um milhão de dólares, um dos maiores em Arquitetura.
Os 19 projetos pré-selecionados foram escolhidos por um Grande Júri independente de entre um conjunto de 369 projetos nomeados para o 16.º Ciclo do Prémio (2023-2025).
O Prémio Aga Khan para a Arquitetura foi criado por Sua Alteza o falecido Príncipe Karim Aga Khan IV, em 1977, para identificar e encorajar projetos de construção que respondam com sucesso às necessidades e aspirações das comunidades nas quais os Muçulmanos têm uma presença significativa. Desde que foi lançado, há 48 anos, foram premiados 128 projetos e quase 10 mil projetos de construção foram documentados. O processo de seleção para o AKAA destaca a arquitetura que não só satisfaça as necessidades físicas, sociais e económicas das populações, mas que também estimule e responda às suas aspirações culturais.
Bangladesh
- Khudi Bari, em vários locais, da responsabilidade do ateliêr Marina Tabassum Arquitetos, é uma solução replicável para comunidades deslocadas afetadas pelas alterações climáticas e geográficas, que podem ser facilmente desmontadas e voltadas a montar, para se adaptarem às circunstâncias dos utilizadores.
China
- Centro Comunitário West Wusutu Village, em Hohhot, na Mongólia Interior, um projeto de Zhang Pengju, oferece espaços sociais e culturais para residentes e artistas, ao mesmo tempo que responde às necessidades religiosas dos Muçulmanos Hui locais. Construído com tijolos recuperados, inclui espaços multifuncionais interiores e exteriores que promovem a coesão da comunidade.
Egito
- Requalificação da Esna Histórica,pela empresa Takween: Desenvolvimento Comunitário Integrado, aborda os desafios do turismo cultural no Alto Egito através de intervenções físicas, iniciativas socioeconómicas e estratégias urbanísticas inovadoras, transformando Esna de um local negligenciado centrado no Templo de Khnum numa cidade histórica próspera.
Indonésia
- O Arco da Green School,em Bali, por IBUKU / Elora Hardy, é o resultado de 15 anos de experiências com bambu na Green School, em Bali. O Arco é um novo centro comunitário de bem-estar criado sobre as fundações existentes de um antigo ginásio temporário. A estrutura combina engenharia de alta precisão com o artesanato local.
- Centro Islâmico da Mesquita Nurul Yaqin, em Palu, nas Celebes Centrais, por Dave Orlando e Fandy Gunawan, foi erigido no local de uma antiga mesquista destruída por um tsunami em 2018. O novo Centro Islâmico serve como espaço de reunião e de culto. Aberto para a paisagem, está rodeado por um espelho de água raso que pode ser esvaziado para acolher mais pessoas.
- Microbibliotecas,em várias cidades, por SHAU / Daliana Suryawinata, Florian Heinzelmann que iniciaram o projeto e colaboram com as partes interessadas, a todos os níveis, para oferecer espaços públicos de qualidade em vários Kampung (aldeias) e parques da Indonésia. Já foram construídas seis, até à data, e está prevista a construção de mais 100 até 2045.
Irão
- Complexo Majara e Requalificação Comunitária,na Ilha de Ormuz, por ZAV Arquitetos / Mohamadreza Ghodousi, é famoso pelas suas cúpulas coloridas que providenciam alojamento sustentável aos turistas que visitam a paisagem única de Ormuz. Construído por trabalhadores locais qualificados, oferece também novas instalações para os residentes que lá quiserem ir socializar, rezar ou utilizar a biblioteca.
- Jahad Metro Plaza,em Teerão, por KA Ateliê de Arquitetura, foi construída para substituir e suplantar as estruturas existentes de má qualidade. Transformou o local num ponto de referência desenhado para os peões. Revestida de tijolo artesanal local, as suas abóbadas em arco variam em altura, para permitir a entrada de luz e ar no espaço que abrigam.
Israel
- Reabilitação de Khan Jaljulia,em Jaljulia, por Elias Khuri, é uma intervenção económica aos vestígios de um antigo Khan (pousada) do Século XIV. Volta a ligar as populações à sua herança cultural ao transformar o local histórico abandonado num vibrante espaço público para atividades comunitárias.
Quénia
- Campus Startup Lions,em Turkana, por Kéré Arquitetura é um centro educativo e empresarial que providencia um espaço para a educação tecnológica, a incubação de empresas e o envolvimento comunitário. Construído com pedras vulcânicas locais, o design integra a captação das águas da chuva, energia solar e altas torres de ventilação que fazem lembrar as termiteiras circundantes.
Marrocos
- Requalificação da Praça Lalla Yeddouna,na Medina de Fez, por Mossessian Arquitetura e Ateliê Yassir Khalil, visa restabelecer a ligação com a zona ribeirinha e melhora a circulação pedonal na zona. As estruturas existentes foram conservadas e foram criados novos espaços para benefício dos habitantes locais, dos artesãos e dos visitantes de todo o mundo.
Paquistão
- Vision Pakistan,em Islamabad, por DB Studios / Mohammad Saifullah Siddiqui, acolhe um centro de formação em alfaiataria gerido pela Vision Pakistan, uma instituição de beneficência cujo objetivo é capacitar os jovens desfavorecidos. Localizado numa zona de elevada densidade urbana, este edifício de vários andares ecoa a arquitetura da cidade na década de 1960, ao mesmo tempo que ostenta jaalis extravagantes inspirados nos artesanatos paquistanês e árabe.
- Projeto Denso Hall Rahguzar,em Karachi, pela Fundação do Património do Paquistão/ Yasmeen Lari, um enclave eco-urbano voltado para o património, foi criado usando materiais com baixo teor em carbono, em resposta ao clima rigoroso em Karashi, uma cidade propensa a inundações e ondas de calor. As pedras artesanais de terracota absorvem a água da chuva e irrigam as “florestas” plantadas recentemente, que, por sua vez, refrescam e limpam o ar.
Palestina
- Wonder Cabinet, em Belém, por AAU Anastas, é um espaço polivalente de exposição e produção, sem fins lucrativos, fundado pelos arquitetos. Construído com o contributo de artesãos e empreiteiros locais, o edifício de betão de três andares está a tornar-se um centro essencial para o artesanato, o design, a inovação e a aprendizagem.
Qatar
- O Hotel Ned, em Doha, por David Chipperfield Arquitetos, onde uma arquitetura brutalista do Médio Oriente recebeu outrora o Ministério do Interior, antes de ser cuidadosamente adaptado num boutique hotel de 90 quartos, contribuindo assim para a requalificação arquitetónica da zona.
Arábia Saudita
- Centro Cultural Shamalat,em Riade, por Syn Arquitetos / Sara Alissa, Nojoud Alsudairi, é um espaço cultural na periferia de Diriyah, desenvolvido a partir de uma antiga casa de barro transformada pela artista Maha Malluh. Com a justaposição do antigo e do novo, o centro oferece uma perspetiva sensível da preservação do património cultural na região, visando integrar os espaços históricos na vida do quotidiano.
Senegal
- Requalificação e Alargamento da Estação Ferroviária de Dakar,em Dakar, por Ga2D, para acomodar os passageiros de uma nova linha ferroviária expresso, cria um contraste propositado entre as estruturas antigas e novas. A circulação de veículos foi desviada para as traseiras do edifício, devolvendo o átrio central aos peões.
Turquia
- Biblioteca Rami, por Han Tümertekin Design & Consultoria, é a maior biblioteca em Istambul. Ocupa o antigo Quartel Rami, uma enorme estrutura de um só piso com grande volume, construída no Século XVIII. Optou-se por uma abordagem de intervenção mínima para preservar as qualidades espaciais originais da estrutura, ao mesmo tempo que se acomodaram as novas funções como biblioteca.
Emirados Árabes Unidos
- Pavilhão de Marrocos Expo Dubai 2020,por Oualalou + Choi, foi criado para sobreviver à Expo 2020 e para ser convertido numa instalação cultural. O pavilhão é pioneiro no avanço dos métodos de construção em terra batida, em grande escala. Obteve a certificação LEED de ouro pela sua utilização de estratégias de arrefecimento passivo que reduzem ao mínimo o ar condicionado mecânico.
Os projetos eleitos foram alvo de análises rigorosas, no local de cada projeto, por peritos independentes, incluindo arquitetos, especialistas em conservação, projetistas e engenheiros de estruturas. O Grande Júri volta a reunir-se, este Verão, para analisar as avaliações no local e determinar os vencedores do Prémio.
Os nove membros do Grande Júri independente que selecionaram os 19 projetos são: Azra Akšamija, Diretora do Programa de Arte, Cultura e Tecnologia do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), em Boston, nos Estados Unidos da América; Noura Al Sayeh-Holtrop, Consultora da Heritage Projects da Autoridade para a Cultura e Antiguidades do Bahrein, em Manama, no Bahrein; Lucia Allais, Diretora do Centro Buell, na Faculdade de Arquitetura, Planeamento e Conservação da Universidade de Columbia, Nova Iorque, Estados Unidos da América; David Basulto, Fundador e Editor do ArchDaily, Santiago do Chile e Berlim, Alemanha; Yvonne Farrell, Professora Visitante, Academia de Arquitetura, Mendrisio, Suíça; Fundadora e Sócia, Grafton Architects, Dublin, Irlanda; Kabage Karanja, Cofundador Cave_bureau, Nairobi, Quénia; Professor Assistente de Design Arquitetónico, Universidade de Yale, Nova Iorque, Estados Unidos da América; Yacouba Konaté, Professor de Filosofia, Universidade Félix Houphouët Boigny de Abidjan-Cocody, Abidjan, Costa do Marfim; Hassan Radoine, Diretor-Geral, Citinnov SA para o Planeamento Territorial Integrado e as Cidades Inteligentes, Universidade Politécnica Mohammed VI, Rabat, Marrocos; e Mun Summ Wong, Professor em exercício, Departamento de Arquitetura, Faculdade de Design e Engenharia, Universidade Nacional de Singapura; Co-diretor e fundador, WOHA, Singapura. Para mais informações, consultar as biografias dos membros do Grande Júri.
O Prémio Aga Khan para a Arquitetura é regulamentado por um comité diretivo presidido por Sua Alteza o Aga Khan. Os restantes membros do comité são Meisa Batayneh, Arquiteta Principal e Fundadora da maisam architects and engineers, Amã, Jordânia; Souleymane Bachir Diagne, Professor nos departamentos de Francês e Filosofia, Universidade de Columbia, Nova Iorque, EUA; Lesley Lokko, Fundadora & Diretora do Instituto de Futuros Africanos de Acra, no Gana; Gülru Necipoğlu, Diretora e Professora do Programa Aga Khan para a Arquitetura Islâmica, Universidade de Harvard, Cambridge, EUA; Hashim Sarkis, Fundador & Diretor, Hashim Sarkis Studios (HSS); Reitor da Escola de Arquitetura e Planeamento do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Cambridge, EUA; e Sarah M. Whiting, Sócia da WW Architecture; Reitora e professora da Faculdade Josep Lluís Sert de Architecture e Design, Universidade de Harvard, Cambridge, Estados Unidos da América. Farrokh Derakhshani é o Diretor do Prémio. Para mais informações, veja por favor as biografias do Comité Diretivo.
Para mais informações, por favor, contacte:
Nadia Siméon, Diretora Adjunta do Prémio Aga Khan para a Arquitetura
[email protected]
Notas
O Prémio Aga Khan para a Arquitetura reconhece exemplos de excelência arquitetónica nos domínios do design contemporâneo da habitação social, da melhoria e desenvolvimento das comunidades, da preservação histórica, da reutilização e conservação das áreas, bem como do design paisagístico e da melhoria do ambiente.
É dada especial atenção aos projetos de construção que utilizam recursos locais e tecnologias adequadas de forma inovadora e aos projetos susceptíveis de inspirar esforços semelhantes noutros locais. É de salientar que o Prémio não recompensa apenas os arquitetos, mas também identifica os municípios, os construtores, os clientes, os mestres artesãos e os engenheiros que desempenharam um papel importante nesse mesmo projeto.
Para serem elegíveis para consideração no ciclo do Prémio 2025, os projetos tinham de ser terminados entre 1 de Janeiro de 2018 e 31 de Dezembro de 2023, e deviam estar a ser utilizados há pelo menos um ano. Os projetos contratados por Sua Alteza o Aga Khan ou por qualquer uma das instituições da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento Aga Khan (AKDN) não são elegíveis para o Prémio.
O Prémio Aga Khan para a Arquitetura faz parte da AKDN. Fundada por Sua Alteza o falecido Príncipe Karim Aga Khan IV e presidida por Sua Alteza o Aga Khan (Príncipe Rahim Aga Khan V), a AKDN trabalha em 30 países para melhorar a qualidade de vida e criar oportunidades para pessoas de todas as religiões e origens. As suas agências operam mais de mil programas e instituições - algumas com mais de um século de existência. A abordagem da Rede ao desenvolvimento abrange uma série de esforços culturais, sociais, económicos e ambientais. Os mandatos das suas agências incluem a educação e a saúde, a agricultura e a segurança alimentar, as microfinanças, o habitat humano, a resposta a crises e a redução de catástrofes, a proteção do ambiente, a arte, a música, a arquitetura, o planeamento urbano e a conservação, bem como o património cultural e a preservação. A AKDN emprega cerca de 96 mil pessoas, a maioria das quais em países em desenvolvimento. As suas despesas anuais com atividades de desenvolvimento sem fins lucrativos rondam os mil milhões de dólares.