Temos estado ativos em projetos de desenvolvimento económico na Costa do Marfim desde a década de 1960, tendo começado pela indústria do embalamento. Ao longo do último meio século, o Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED) – através dos Serviços de Promoção Industrial (IPS) – expandiu a sua atividade para projetos de agroindústria e infraestruturas.
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O trabalho dos IPS na criação de emprego e na melhoria dos padrões de vida beneficia 600 000 pessoas na África Ocidental
Na década de 1960, a Costa do Marfim estava concentrada no cacau enquanto a cultura agrícola que iria impulsionar o seu desenvolvimento. No entanto, existia uma lacuna ao nível da capacidade de embalamento, ficando as vagens e os grãos de cacau a apodrecer no solo. As agências da AKDN já tinham investido na indústria da juta no Bangladesh, onde esta planta fibrosa era utilizada no fabrico de sacos resistentes para o embalamento de produtos alimentares locais. Em vez de importar uma grande quantidade destes sacos do Bangladesh, os IPS decidiram fabricar sacos de juta na Costa do Marfim. Esta primeira fábrica de embalamento, chamada Filtisac, tornou-se o motor económico da presença dos IPS na África Ocidental em 1965.
A África Ocidental sofreu uma grande mudança durante o final da década de 1990. Os governos decidiram privatizar grandes parcelas da economia que estavam anteriormente sob domínio do Estado. O sector da agroindústria abriu-se ao investimento privado, permitindo que os IPS demonstrassem um maior interesse pelas mercadorias que estavam a ser embaladas nas suas fábricas.
Em 1998, os IPS, em conjunto com a empresa suíça Paul Reinhart-AG, adquiriu três unidades de produção de algodão localizadas no noroeste do país e criou a Ivoire Coton. Uma década depois, o grupo adquiriu também a unidade de produção de M'Bengué, localizada mais a Norte, a qual se fundiu com o Ivoire Coton em 2012.
Mais tarde, em 2014, os IPS entraram num dos sectores mais promissores da agroindústria da Costa do Marfim: o processamento de castanhas de caju em grão, fundando a Cajou des Savanes em Bouaké em 2014.
A central elétrica de Azito, Costa do Marfim.
AKDN
Como em todos os aspetos da AKDN, os investimentos são geralmente feitos a longo prazo, pelo que os projetos precisam de ser sustentáveis. A salvaguarda da sua viabilidade a longo prazo depende da resolução de constrangimentos infraestruturais persistentes. Existem frequentemente atrasos na chegada das colheitas às unidades de processamento, e atrasos na entrega dos produtos processados aos clientes – com as fábricas a sofrerem com uma disponibilidade inadequada de energia.
Para resolver este problema, os IPS têm estado envolvidos no desenvolvimento da central elétrica de Azito, perto de Abidjan, desde 1997. A Azito é a principal fornecedora de eletricidade da Costa do Marfim, com uma das mais potentes e eficientes centrais termoelétricas de África. Em 2015, a Azito inaugurou a sua terceira turbina, impulsionada exclusivamente pelos resíduos das outras duas turbinas - cumprindo mais um dos principais objetivos dos IPS: o desenvolvimento sustentável. Estão em curso novos desenvolvimentos, com uma nova central elétrica de ciclo combinado de 240 MW.
Os IPS continuam a ser impulsionados por uma dupla ambição: demonstrar que é possível – e até mesmo rentável – processar matérias-primas em África, criando ao mesmo tempo postos de trabalho e melhorando o nível de vida da população local ligada aos seus vários centros industriais. Por exemplo, a Ivoire Coton dá trabalho a cerca de 50 000 produtores no norte da Costa do Marfim. Em conjunto, as várias fábricas e empresas dos IPS na África Ocidental empregam diretamente quase 4500 pessoas que desfrutam de apoio social e financiamento para a educação dos seus filhos. Cada emprego criado tem impacto numa família, o que significa que existem cerca de 600 000 pessoas a sentir o benefício da expansão dos IPS na África Ocidental.