Dr Gijs Walraven.

AKDN

copresidiu ao comité global de especialistas que fez recomendações para otimizar as funções dos profissionais de saúde no sentido de melhorar o acesso à saúde materna e neonatal através da transferência de tarefas. É copresidente do Grupo de Trabalho Global (GTF) da AKDN para a COVID-19 e membro de seu Comité Diretivo de administração.


As doenças não-transmissíveis estavam em crescimento na Ásia Central e do Sul, no Médio Oriente e na África Oriental, regiões onde os AKHS trabalham. Depois chegou a COVID-19. Em que medida é que a pandemia alterou a perceção da sobrecarga do sector da saúde nos países em desenvolvimento?


Uma vez que a COVID-19 é uma doença infeciosa, as pessoas costumam pensar que o nosso foco nas doenças não-transmissíveis (DNT) se tornou menos intenso. Mas a verdade é exatamente o contrário. Na verdade, as doenças de base causadas pelas DNT levaram a um aumento no número de mortos por COVID-19. A maioria das pessoas que morreram de COVID-19 sofriam de uma DNT prévia, como a obesidade, doença cardiovascular, diabetes, doença pulmonar crónica ou cancro. Quase três quartos de todas as mortes em todo o mundo são causadas por DNT, pelo que a COVID-19 só veio aumentar ainda mais a urgência do problema.


Na verdade, na Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor Geral da OMS, disse que “a pandemia da COVID-19 veio reforçar o enorme perigo das doenças não-transmissíveis - e expressar a urgente necessidade de políticas e investimentos em saúde pública mais fortes para poder preveni-las.” No âmbito do trabalho dos AKHS, e como parte da resposta à COVID-19, aumentámos as nossas atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças para abordar os fatores de risco para as DNT, tendo também aumentado os nossos esforços para diagnosticar e tratar doenças precocemente.




Qual tem sido a resposta da AKDN durante a pandemia? Pode falar-nos acerca do Grupo de Trabalho Global e das suas funções?


Começámos por acompanhar o início da pandemia em 2020. Os Serviços Aga Khan para a Saúde (AKHS), a Universidade Aga Khan (AKU) e a Fundação Aga Khan (AKF) trabalharam com os Ministérios da Saúde para desenvolver planos de preparação para a COVID-19 específicos para cada país e zona. A prioridade passou por reforçar as capacidades de diagnóstico e tratamento dos governos e da AKDN e garantir o material médico e de testagem necessários.


Em meados de Março de 2020, foi criado um Grupo de Trabalho Global (GTF) da AKDN para a COVID-19 para preparar uma resposta forte à pandemia em todas as agências e no Imamat, e pôr em prática as aprendizagens a nível global.


A resposta da AKDN incluiu a testagem de casos suspeitos e o tratamento de pacientes em situação moderada por parte de profissionais de saúde na linha da frente, a construção de unidades de saúde temporárias suplementares e o aumento da capacidade de tratar casos graves, o aconselhamento das autoridades nacionais em relação à resposta e à preparação dos seus países.