A Agência Aga Khan para o Habitat (AKAH) ajuda as comunidades a criar um habitat propício que reforce a sua saúde, educação e desenvolvimento económico.
50%
As nossas intervenções ao nível da água e saneamento ajudaram a reduzir a mortalidade e morbidade infantil em 50%
Em Shuter Ganjal, distrito de Doshi, província de Baghlan, Afeganistão, a AKDN reconstruiu a escola primária e uma bomba de água fora do recinto escolar.
AKDN
Com vista a resolver um dos mais importantes problemas de saúde no Afeganistão – água e saneamento – a AKDN construiu mais de 1000 poços e construiu ou reconstruiu mais de 30 sistemas de abastecimento de água potável.
O nosso objetivo inicial passou por diminuir a incidência de doenças diarreicas, especialmente em crianças com menos de cinco anos. Os objetivos a mais longo prazo incluem assegurar o abastecimento regular de água potável segura através da construção de reservatórios, pequenas estações de bombeamento e sistemas de água canalizada.
Este objetivo é especialmente importante para as mulheres, muitas das quais caminham vários quilómetros para recolher água. Ao criar sistemas de manutenção simples, o programa permite que as comunidades façam a gestão das infraestruturas de abastecimento. Outros objetivos incluem um saneamento adequado, a eliminação de resíduos higiénicos e melhores práticas de saúde.
Os programas só arrancam após uma discussão com as comunidades das aldeias. Nós fornecemos os materiais iniciais e o aconselhamento técnico. A comunidade contribui com mão-de-obra para a construção e assina um compromisso de manutenção, para a qual também recebem formação. Os estudos antes e depois da implementação mostraram que as nossas intervenções ao nível da água e saneamento ajudaram a reduzir a mortalidade e a morbidade infantil em 50% no período de um ano.
Ali, Aldeia de Ners
Com o apoio de parceiros internacionais, estamos a adaptar e replicar as melhores práticas do nosso programo de água e saneamento na Índia e no Paquistão em locais remotos, como Ners. A intervenção fornece água potável segura às famílias de acordo com os padrões de qualidade da OMS, sistemas de gestão de águas residuais e informações que promovem comportamentos saudáveis de higiene. Os sistemas são geridos e mantidos por comités comunitários criados e com formação providenciada pela AKAH.
Trabalhamos com as comunidades no planeamento para tornar os seus bairros, aldeias e vilas mais seguras e resilientes e para criar oportunidades para as gerações futuras. A nossa Estrutura de Planeamento Habitacional integra as melhores práticas de planeamento rural e urbano; planos e políticas nacionais, regionais e locais; planos e conhecimentos a nível comunitário; e dados socioeconómicos, demográficos relacionados com perigos e com o uso dos terrenos.
Também usamos uma Ferramenta de Avaliação Habitacional para avaliar as vulnerabilidades de cada local e o risco de ocorrência de múltiplos perigos naturais; o acesso a infraestruturas; os padrões de uso dos terrenos; a adequação dos terrenos; dados ambientais, demográficos e socioeconómicos; e o raio de ação e o design de habitações e edifícios. Em conjunto, pomos estas informações em prática, criando, implementando e monitorizando os designs.
No início de 2021, executámos uma avaliação do habitat urbano em que analisámos os riscos sísmicos e outros riscos naturais, a vulnerabilidade do parque imobiliário, e o uso e ordenamento dos terrenos em Pul e Khumri, a capital e maior cidade da província de Baghlan, no Afeganistão. A partir destas avaliações, desenvolvemos um plano de uso dos terrenos para a cidade que fosse sensível aos riscos, que levasse em conta os riscos sísmicos, recursos hídricos, sensibilidade face à seca e outros riscos geológicos, hidrológicos e climáticos. O plano categoriza o uso dos terrenos para uso residencial, uso misto, serviços e zonas verdes e de conservação com base em dados de risco, climáticos e socioeconómicos. Com base neste plano para o uso dos terrenos através de um processo participativo que envolve as principais partes interessadas, desenvolvemos um conjunto de políticas, recomendações e planos de ação para fortalecer a resiliência da cidade face a múltiplos desastres naturais e crises humanas.
Em conjunto, estas medidas irão fundamentar um plano diretor resiliente com vista a um desenvolvimento sensível aos riscos e baixo em carbono. Esta é a primeira experiência que utiliza um planeamento do uso dos terrenos sensível aos riscos em áreas urbanas do Afeganistão.
Estamos a testar abordagens inovadoras para trazer conhecimentos de classe mundial em urbanismo para Ishkashim, Badakhshan. A cidade liga um corredor comercial da China ao Paquistão e tem um forte potencial para o turismo e o crescimento económico. No entanto, é vulnerável a riscos naturais, como deslizamentos de terras, avalanches, terramotos e cheias. Numa colaboração virtual com a Universidade de Harvard e a Universidade de Cabul, estamos a planear a forma como Ishkahim e as aldeias vizinhas se podem desenvolver de forma inclusiva e sustentável.
A aldeia de Dasht-e-Dehkhaw, no Badakhshan afegão, foi atingida por cheias devastadoras em 2017 que deixaram muitos desalojados e grande parte da aldeia destruída. Para garantir a segurança da comunidade, lançámos um projeto de planeamento habitacional e estamos a trabalhar com a comunidade para proceder à relocalização da aldeia para um lugar mais seguro nas proximidades de Darwaz, no Badakhshan. O projeto visa aplicar abordagens de planeamento participativo e resiliente com o intuito de criar um lugar habitável e seguro para a vida rural. No sentido de melhor manter a autonomia cultural, toda a aldeia será relocalizada através de esforços conjuntos por parte dos principais intervenientes. O processo de planeamento habitacional irá examinar as necessidades atuais e futuras da comunidade ao nível da habitação, dos serviços essenciais e das vias de acesso essenciais para desenvolver planos e projetos espaciais adaptados ao contexto local. Durante o planeamento no terreno, a estrada distrital foi relocalizada para reduzir o tráfego de veículos nos bairros residenciais recém-concebidos.
Com uma população de cerca de 80 000 pessoas, Faizabad é a capital provincial e a maior cidade da província de Badakhshan. É o principal centro comercial e administrativo da região de Pamir, localizada no nordeste do Afeganistão, nas margens do rio Kokcha. É vulnerável a uma série de perigos naturais e provocados pelo homem, incluindo riscos geológicos, hidrológicos e meteorológicos.
Em 2021, realizámos um planeamento para Faizabad com vista a um uso dos terrenos sensível aos riscos e resistente ao clima. Esta ferramenta mitiga os riscos de desastres através da promoção de práticas sustentáveis para o uso dos terrenos e o desenvolvimento urbano. Iremos avaliar a vulnerabilidade aos desastres de modo a integrar a redução dos riscos nos processos de planeamento do uso dos terrenos, identificar as áreas mais seguras da cidade e desenvolver planos de zoneamento sensíveis ao risco para desenvolvimento futuro.
A AKAH também está a trabalhar com o Ministério do Desenvolvimento Urbano e do Território para introduzir um planeamento habitacional resiliente e inteligente a nível climático na Nova Cidade de Cabul para uma população de 250 000 pessoas. Vamos entregar um plano de habitat revisto com base no plano diretor existente financiado pela JICA.
Vamos concluir uma avaliação de habitat que incluirá avaliações de riscos naturais e remotos. Com base nestes dados e nas melhores práticas de planeamento internacional, vamos rever e recomendar revisões aos planos de uso dos terrenos. Vamos providenciar projetos alternativos para os principais corredores os quais integram medidas de mitigação de riscos, assim como práticas de planeamento resilientes ao clima e socialmente inclusivas.
A AKAH está a apoiar as comunidades no combate às alterações climáticas repensando a forma como os edifícios são projetados, construídos e operados. Estamos a colocar os princípios de construção ecológica no centro do desenvolvimento e a promover uma construção de baixo carbono. Formamos as comunidades locais em técnicas de construção mais seguras e resilientes. Isto faz aumentar o acesso e a consciencialização relativamente à construção resiliente ao clima e a desastres e à melhoria do habitat com vista à sustentabilidade a longo prazo. As sessões de formação também desenvolvem competências criadoras de oportunidades económicas. Promovemos as energias renováveis e os produtos energeticamente eficientes através de campanhas de sensibilização e comunicação.
Como parte do projeto de relocalização de Dasht-e-Dehkhaw, estamos a desenvolver habitações ecológicas e acessíveis. Através da utilização de dados de risco, consultas à comunidade e estilos de construção locais, temos desenvolvido casas com um design localmente apropriado e neutras em carbono. As casas serão construídas usando características passivas de design, isolamento e materiais locais. Serão alimentadas a energia limpa, livres de emissões e neutras em carbono.
O trabalho de classificação que prepara o local para a construção das habitações está quase completo. Estamos a construir um muro de gabiões com 252 metros de comprimento para proteger o local da queda de rochas e das cheias. Também estamos a trabalhar com a comunidade para produzir localmente blocos de betão; os blocos usam areia e brita locais e têm uma menor condutividade térmica para melhorar a eficiência energética. O design das casas foi desenvolvido usando estes blocos, assim como alvenaria de pedra.
Estamos a trabalhar com a Fundação Aga Khan no projeto de Impacto Local financiado pela USAID. Este integra soluções sustentáveis de energia renovável com tecnologias robustas de redução do risco de desastres e estratégias com o objetivo de capacitar as comunidades para desenvolverem a resiliência às alterações climáticas. Identificámos seis produtos de energia renovável e eficiência energética adaptados ao contexto local: sistemas solares fotovoltaicos domésticos, fogões solares, aquecedores de água solares, secadores solares, fogões melhorados e materiais de construção ecológicos. Estamos a trabalhar com as comunidades locais para promover a consciencialização e a adoção destas soluções. Formámos 136 técnicos locais qualificados para a implementação, manutenção e operação destes sistemas, e realizámos sessões de consciencialização nas comunidades-alvo para promover a sua aceitação.