Fundação Aga Khan
Índia · 16 maio 2023 · 4 Min
AKDN / Kerensa Keevill
Os impactos da crise climática são multifacetados. Desde a degradação dos ecossistemas à perda da biodiversidade e dos desastres naturais cada vez mais frequentes ao aumento das temperaturas, os desafios ecológicos desta crise estão a agravar a pobreza e a vulnerabilidade socioeconómica, particularmente junto daqueles que dependem do meio ambiente para ganhar a vida. Precisamos de soluções climáticas que possam ser geridas pelas próprias comunidades e que deem resposta aos desafios ambientais e socioeconómicos do nosso mundo em mudança.
As microflorestas são florestas pequenas, densas e com grande biodiversidade que crescem rapidamente em áreas urbanas e rurais. Através da iniciativa GROW, a Fundação Aga Khan (AKF) tem como missão plantar milhares de microflorestas com comunidades de todo o mundo com vista a aumentar a biodiversidade, apoiar os meios de subsistência e desenvolver a resiliência climática.
Explore este ensaio fotográfico para ficar a saber porque acreditamos no poder das microflorestas enquanto uma solução climática emergente que traz vantagens para as pessoas e para o planeta.
Uma microfloresta em Dar es Salaam, na Tanzânia.
AKDN / Kerensa Keevill
As microflorestas são como as florestas normais, mas crescem muito mais depressa e ocupam áreas de terreno muito menores. Na verdade, as microflorestas podem ter apenas 100 metros quadrados. A AKF plantou esta microfloresta há seis meses no seu escritório em Dar es Salaam, na Tanzânia, em colaboração com voluntários da comunidade e estudantes das Escolas Aga Khan locais.
As microflorestas albergam muitas espécies de plantas diferentes e são particularmente eficazes como sumidouros de carbono.
AKDN / Kerensa Keevill
As espécies de plantas indígenas são plantadas densamente numa pequena área de terreno. Em poucos meses, uma microfloresta começa a ganhar forma. Nesta microfloresta em Dar es Salaam, encontram-se mais de 25 espécies de plantas, incluindo figueiras, bananeiras e flores de hibisco. Este é o número mínimo de espécies para uma microfloresta, mas o limite é infinito – alguns albergam mais de 100 tipos diferentes de plantas.
Vista aérea de uma microfloresta em Madhya Pradesh, na Índia.
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Passado um ano ou dois, as microflorestas atingem a sua altura e densidade ideais, funcionando como florestas normais, que podem demorar cinco, 10 ou mesmo 20 anos a crescer em pleno. Esta microfloresta em Madhya Pradesh, na Índia – plantada pelo Programa Aga Khan de Apoio Rural – tem quatro anos.
As microflorestas beneficiam o meio ambiente de inúmeras formas.
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Os benefícios ambientais das microflorestas são vastos: revitalizam os ecossistemas e estimulam a biodiversidade, desde os microrganismos no solo e insetos aos grandes vertebrados como répteis, anfíbios e aves. As microflorestas também regeneram a água e os solos e criam microclimas – se passarmos algum tempo sob a copa das árvores de uma microfloresta, ou nas suas proximidades, vamos sentir a temperatura a descer em média 7-10 °C e vamos respirar um ar purificado.
Naveen Patidar, Presidente do Programa Aga Khan de Apoio Rural da Índia
Uma microfloresta pode capturar entre um a dois kg de CO2 por metro quadrado por ano, o que representa entre 10 000 a 20 000 kg de CO2 por hectare por ano.
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Fundamentalmente, as microflorestas também atuam como sumidouros de carbono, absorvendo dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e diminuindo o aquecimento global. A sua rica densidade e biodiversidade significam que as microflorestas são cinco vezes mais eficazes a fazê-lo do que os esforços tradicionais de reflorestação, que geralmente envolvem a plantação de apenas um tipo de árvore.
As comunidades comem e vendem os frutos que crescem nas suas microflorestas.
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Para as comunidades, as microflorestas oferecem alimentos, remédios, forragem, madeira e corantes naturais, ao mesmo tempo que melhoram os meios de subsistência e estimulam as economias locais. Nesta microfloresta com um ano na Índia, as comunidades locais estão a colher papaia para comer e vender.
Vale de Rasht, Tajiquistão. Uma das 400 microflorestas que a AKF já plantou em oito países.
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Nos últimos anos, a AKF tem trabalhado com comunidades de todo o mundo para plantar estas pequenas mas poderosas florestas em ambientes urbanos e rurais, da Tanzânia ao Tajiquistão. Esta microfloresta, plantada pelas comunidades locais que vivem no remoto e montanhoso Vale de Rasht, no centro do Tajiquistão, está a 1800 metros acima do nível do mar.
Estamos a criar parcerias com as comunidades – e particularmente com as mulheres – para a plantação das microflorestas.
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No clima seco das montanhas do Afeganistão, têm aumentado a intensidade das secas ano após ano como resultado das alterações climáticas, exacerbando a insegurança socioeconómica já existente. Neste contexto desafiante, estamos a criar parcerias com as comunidades – e particularmente com as mulheres – para a plantação das microflorestas. Em todo o mundo, as mulheres são afetadas de forma desproporcional pela crise climática, por isso é fundamental que estejam envolvidas nas medidas para enfrentá-la.
Humaira Daniel, Especialista em Ciências das Alterações Climáticas, AKF
Os professores aproveitam as microflorestas para envolverem os seus alunos nas questões do pluralismo, inclusão e respeito pela diversidade.
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Na Escola Secundária de Nzasa, em Dar es Salaam, na Tanzânia, a Madame Lusajo Chanya tem ensinado os seus alunos na microfloresta plantada há um ano no recinto da escola. Esta é apenas uma das quase 400 microflorestas que ajudámos a plantar em oito países usando mais de 120 000 plantas, dando resposta à crise climática em colaboração com as comunidades por ela mais afetadas.
Aceda ao Centro de Aprendizagem para aprender a plantar a sua própria microfloresta em 10 simples passos e assista ao nosso webinar sobre o poder das microflorestas.