Está a passar-se algo de extraordinário nos fortes de Shigar e Khaplu no Baltistão. O património e a cultura da comunidade, inseridos no cenário deslumbrante das montanhas de Caracórum - das mais altas do mundo - e imersos em quatro séculos de folclore e lendas, estão a ser revitalizados. As comunidades remotas estão a revitalizar antigas técnicas de construção. Os edifícios e locais públicos estão a ser restaurados. Durante este processo, as aldeias tornaram uma montra da cultura da região, da dignidade e da esperança.
Ainda que os primeiros projetos do Fundo Aga Khan para a Cultura (AKTC), no vale de Hunza, no Paquistão, tenham estado centrados na “revitalização física, social, cultural e económica das comunidades do mundo em desenvolvimento”, a restauração do Forte/Palácio de Shigar e a sua transformação num hotel constituiu uma abordagem pioneira.
O projeto de Shigar foi criado com o intuito de reunir objetivos culturais e económicos de uma forma que suportasse a manutenção do Forte - funcionando ao mesmo tempo como um catalisador para uma melhoria económica da zona envolvente. Cada projeto deveria funcionar como um núcleo de desenvolvimento. Foi desenvolvido um projeto de demonstração nas proximidades para exibir as melhorias de baixo custo e para revitalizar as técnicas de construção local.
Hoje, os projetos de Shigar e Khaplu já cumpriram a sua promessa de melhorar a qualidade de vida dos habitantes. Já foram igualmente agraciados com diversos prémios (nomeadamente 13 prémios de Património Mundial da UNESCO) e atraíram turismo - e os dólares do sector do turismo - para estas zonas. Mas talvez tenha sido o Financial Times a granjear-lhe o maior elogio, quando William Dalrymple definiu o Forte de Khaplu como a “a grande descoberta do ano no sector das viagens".