Nairobi, Quénia, 28 de abril de 2016- A Universidade Aga Khan, o Ministério da Saúde do Quénia e um grupo de parceiros lançaram a Contagem Decrescente para o Estudo Sociológico Nacional do Quénia 2015, uma das análises mais detalhadas até ao momento ao progresso do Quénia na redução das mortes maternas e infantis.
O estudo fornece aos decisores políticos, aos prestadores de cuidados médicos e ao público um roteiro que poderá orientar os esforços de aceleração das melhorias em saúde materno-infantil e alcançar as novas metas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. O lançamento contou com a presença da Primeira-Dama da República do Quénia, Sua Excelência Margaret Kenyatta, e da Princesa Zahra Aga Khan.
Margaret Kenyatta congratulou a Universidade Aga Khan e os seus parceiros, dizendo que “são fóruns como estes que proporcionam aos seus intervenientes a oportunidade de refletir acerca dos desafios sentidos, de refinar a nossa estratégia partilhada, e de renovar o nosso compromisso coletivo de salvar as vidas de mães e crianças."
"O Quénia tem hoje uma grande oportunidade", disse a princesa Zahra Aga Khan. "Uma grande oportunidade de construir um maravilhoso sistema de saúde para mulheres e crianças. Para isso, como ouvimos, será essencial construir um sistema abrangente, que seja um sistema apropriado, um sistema radial "hub-and-spoke", um sistema de saúde focado num atendimento contínuo, desde a prestação de cuidados primários ao nível das aldeias aos hospitais subdistritais e distritais de alta qualidade, e até aos hospitais de referência e universitários."
O Quénia apresentou melhorias significativas na saúde materna e infantil de 2003 a 2014, salvando mais de 53 000 vidas e criando os alicerces para continuar a melhorar nos próximos 15 anos. Não conseguiu, contudo, cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio 4 e 5, que apelavam à redução da taxa de mortalidade de crianças com menos de 5 anos em dois terços e à redução da taxa de mortalidade materna em três quartos entre 1990 e 2015. Durante este período, a mortalidade infantil no Quénia caiu 50% e a mortalidade materna 26%.
Um ponto muito positivo é o facto de o Quénia estar a caminho de atingir a meta da mortalidade infantil nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, se a atual taxa de redução se mantiver. Mas para cumprir as metas para as mortes de recém-nascidos e mães serão necessárias melhorias significativas. As mortes de recém-nascidos teriam de diminuir o dobro da taxa mais recente, e as mortes maternas mais de quatro vezes a taxa mais recente, para as metas serem atingidas. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram adotados pelos líderes mundiais em setembro de 2015 para substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio e orientam os esforços globais até 2030 para acabar com a pobreza, melhorar a saúde, combater a desigualdade e a injustiça, e enfrentar as alterações climáticas.
Este estudo deveu-se a um esforço de cooperação liderado pela Universidade Aga Khan e pelo Centro SickKids para a Saúde Infantil Global de Toronto, com contribuições importantes de especialistas do Ministério da Saúde, da Universidade de Nairobi e do Programa de Ciências de Gestão para a Saúde da FCI. O financiamento para o estudo e a sua divulgação foi concedido pelo Fundo dos EUA para a UNICEF e pela Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil, através de doações da Fundação Bill & Melinda Gates e do Governo do Canadá, respetivamente.
"Este estudo de referência poderá ser um catalisador que crie iniciativa e que oriente esforços de cooperação que previnam mortes trágicas e evitáveis de mães e crianças", disse o professor da AKU William Macharia, Co-investigador Principal do estudo e Presidente do Departamento de Pediatria e Diretor Assistente de Investigação para a África Oriental. "Agora, cabe a todos nós trabalharmos juntos, aproveitar a conjuntura positiva do Quénia e garantir que todas as mães e crianças têm uma hipótese de levar uma vida saudável."
"Os dados e as análises contidas neste estudo não só iluminam o passado como lançam uma luz brilhante que nos mostra o caminho a seguir", disse o Dr. Zulfiqar Bhutta, Co-investigador Principal do estudo, Diretor Fundador do Centro de Excelência em Saúde Materna e Infantil da AKU e Codiretor do Centro SickKids de Saúde Infantil Global em Toronto.
As principais ações recomendadas pelo Estudo Sociológico incluem:
A liderança da AKU no Estudo Sociológico faz parte de seu compromisso de conduzir pesquisas que contribuam para o desenvolvimento de políticas e práticas de saúde baseadas em evidências que salvem e melhorem vidas no Quénia e na África Oriental. A AKU tem sido um dos líderes mundiais em investigação na área da saúde materno-infantil, e o seu Centro de Excelência de Saúde da Mulher e da Criança tem providenciado aos governos e outros intervenientes análises e conselhos essenciais para que sejam alcançados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para a saúde materno-infantil.
O Quénia foi um dos 10 países selecionados para um Estudo Sociológico com Contagem Decrescente até 2015, uma colaboração global de mais de 40 instituições e organizações, incluindo a AKU, dedicada a analisar e promover o progresso rumo às metas de saúde materno-infantil. Os resultados do estudo serão publicados nas principais revistas médicas.
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Acerca da Universidade Aga Khan
A UniversidadeAga Khan é uma instituição sem fins lucrativos de ensino superior que presta serviços aos africanos orientais sem levar em consideração raça, género ou religião. É uma universidade de e para o mundo em desenvolvimento, focada na preparação de homens e mulheres que melhorem a qualidade de vida das suas sociedades. Nos últimos 15 anos, formou mais de 2500 enfermeiras, médicos especialistas e educadores no Quénia, Uganda e Tanzânia.
Mais de 2100 enfermeiras receberam um diploma das Escolas de Enfermagem e Obstetrícia da AKU na África Oriental, sendo que no Quénia foram quase 940. O programa de Pós-Graduação em Educação Médica (PGME) da AKU em Nairobi está a formar médicos especialistas em nove áreas, incluindo medicina familiar, obstetrícia e ginecologia, e pediatria e saúde infantil, todas importantes para a saúde materna e infantil. O programa PGME no Hospital Aga Khan, em Dar es Salaam, foi expandido recentemente e está atualmente a formar especialistas em medicina familiar, cirurgia e medicina interna. O Hospital Universitário Aga Khan, em Nairobi, é um importante prestador de cuidados de saúde materno-infantil: os seus departamentos de pediatria e obstetrícia/ginecologia registaram quase 50 000 visitas e internamentos de pacientes em 2015, tendo os seus médicos assistido no nascimento de 3600 bebés. Para além disso, as clínicas de proximidade do Hospital tiveram mais 51 000 visitas de crianças com menos de 5 anos.
Um total de 255 professores e líderes educacionais do Quénia, Uganda e Tanzânia obtiveram um mestrado no Instituto de Desenvolvimento Educacional da AKU em Dar es Salaam, e vários outros milhares receberam um certificado ou fizeram um minicurso ou seminário.
A AKU está neste momento a efetuar uma grande expansão na África Oriental, que a fará crescer e transformar-se numa universidade abrangente com uma vasta gama de programas disponíveis. Em Nairobi, lançou recentemente a sua Escola de Média e Comunicações, o Instituto da África Oriental e o Instituto para o Desenvolvimento Humano. Em Arusha, a AKU irá oferecer um programa de licenciatura em artes liberais na sua Faculdade de Artes e Ciências, assim como formação profissional ao nível da pós-graduação. Também já estão planeados programas adicionais de licenciatura em medicina e enfermagem, juntamente com a construção de um novo Hospital Universitário Aga Khan em Kampala.
A Universidade faz parte da Rede Aga Khan de Desenvolvimento (AKDN), uma organização de desenvolvimento privada, internacional e não-confessional que emprega mais de 80 000 pessoas em mais de 30 países. As agências da AKDN abordam questões complexas de desenvolvimento, incluindo a prestação de serviços de saúde e educação de qualidade, revitalização cultural e económica, desenvolvimento económico de microempresas e empreendedorismo, o progresso da sociedade civil e a proteção do meio ambiente.