4 maio 2022 · 3 Min
AKDN / Lucas Cuervo Moura
“[O AKFED]… investe em países, sectores e projetos, segundo critérios muito diferentes dos de um investidor comercial normal. As decisões de investimento baseiam-se mais nas perspetivas de uma melhoria nas vidas das pessoas que serão afetadas pelos investimentos e pelos seus resultados do que nos lucros líquidos obtidos.”
-- Sua Alteza o Aga Khan, Inauguração da Alltex EPZ Limited, Rio Athi, Dezembro de 2003
O Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED) gere mais de 90 empresas em 18 países que não dispõem de investimento estrangeiro. As empresas reinvestem os seus lucros noutros projetos de desenvolvimento, mas existem principalmente para providenciar emprego e formação para benefício dos funcionários, melhorar a qualidade de vida entre as comunidades, fornecer os serviços e infraestruturas necessários para o desenvolvimento e estimular a concorrência e o investimento para beneficiar todo o país.
Seja através da construção de instalações desportivas, de subsídios para fornos eficientes ou de parcerias com bancos locais para garantir que os funcionários rurais conseguem abrir contas bancárias, as empresas do projeto AKFED têm vindo a tornar-se criativas com vista a satisfazer as mais variadas necessidades dos seus funcionários. Os programas de bem-estar e apoio às funcionárias são considerados fatores impulsionadores do crescimento económico e estão integrados nas políticas centradas nos funcionários.
Apoio às mães trabalhadoras e aos seus filhos
A flexibilidade de horários e o apoio ao nível das creches permitem que as mulheres façam parte do mercado de trabalho, dando ao mesmo tempo às crianças um bom começo na sua educação.
Em Bouaké, no centro da Costa do Marfim, a Cajou des Savanes (Casa) dá emprego a quase 500 funcionários ao longo de três turnos diários. Mais de 70% dos funcionários da Casa são mulheres. A flexibilidade de turnos oferecida pela empresa permite que as mulheres trabalhem enquanto estudam ou cuidam da família, resultando numa maior segurança financeira.
“A Casa ajuda-me, ajuda-me a cuidar da minha família. Antes tínhamos de pedir (aos nossos maridos) mesmo as coisas pequenas, agora podemos comprá-las”, disse uma funcionária.
A empresa queniana de processamento de carne Farmer's Choice criou salas de amamentação onde as mães trabalhadoras podem extrair e armazenar o seu leite, permitindo aos bebés continuarem a receber leite materno. Mary Wanjiku disse: “Se tivesse de comparar o desenvolvimento dos meus filhos, o meu segundo filho parece estar muito melhor em relação ao meu primeiro filho nesta fase da amamentação. Isto deve-se ao facto de o meu segundo filho estar a beber leite materno até começar o desmame no sexto mês.”
A empresa de processamento hortícola Frigoken emprega 3000 trabalhadores, 90% dos quais são mulheres. A unidade está localizada numa área cercada por povoações com populações com baixos rendimentos que não se podem dar ao luxo de ter um dos pais em casa com os filhos pequenos. Em 2002, a Frigoken abriu uma creche subsidiada na sua unidade para os filhos das suas funcionárias. Os pais pagam 20 por cento dos custos da creche, incentivando-os a levar os filhos para a creche de forma consistente e a participar em sessões de informação e educação para os pais. A empresa reparou que a maioria das crianças que “se formam” na sua creche continuam a ter um bom desempenho na escola primária e não só.
O sucesso do programa levou a Frigoken a fazer uma parceria com a Fundação Aga Khan e o Daraja no “Projeto Babycares”. Isto aumenta a capacidade das creches locais nas povoações circundantes de oferecerem aos funcionários mais opções ao nível dos cuidados infantis. Leia mais sobre as políticas amigas da família no local de trabalho que permitem às funcionárias das empresas de projeto do AKFED melhorar o desenvolvimento dos seus filhos.
Projeto de desenvolvimento na primeira infância em Baba Dogo Ward em Nairobi, Quénia.
AKDN / Lucas Cuervo Moura
Saúde
As empresas oferecem informações, cursos e rastreios a doenças que vão da tuberculose ao VIH e a problemas oftalmológicos, permitindo aos funcionários procurarem tratamento numa fase inicial, se necessário. Joyce Akinye recorda um acampamento organizado pela Frigoken e pela Premier Food Industries, onde os funcionários realizaram exames médicos de oftalmologia e odontologia, e a medição dos valores de pressão arterial e glicose: “Esta foi a primeira vez que participei num acampamento de saúde médica. Estava habituada a ir a hospitais públicos para fazer exames, mas nunca tive a oportunidade de fazer vários exames de uma só vez, como fiz hoje. Isto tem sido muito útil, pois também tive a oportunidade de falar com os médicos sobre vários problemas que tinha.”
Muitos outros eventos de saúde incluíram cursos sobre a diabetes para funcionários na Kampala Pharmaceutical Industries, exames dentários e oftalmológicos e rastreios a doenças para centenas de membros das comunidades administrados por Bujagali e pelos seus parceiros, e acampamentos médicos realizados pela Frigoken e pelos seus parceiros que incluíam o encaminhamento para médicos da especialidade e medicamentos subsidiados. Entretanto, o Habib Bank tem coberto todas as despesas médicas relacionadas com a COVID-19 dos funcionários e dos respetivos cônjuges e filhos dependentes.
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